Produtores sinalizam planejamento mais criterioso e menos investimento para otimizar custos de produção na próxima safra
Devido ao aumento nos custos de produção, pressionados pelos efeitos da crise econômica no país, os produtos começaram a se adaptar a essa nova realidade, e devem realizar um planejamento diferenciado para a próxima safra de verão.
De acordo com Otávio Rapchan, diretor administrativo de sementes da Selegrãos, os agricultores devem optar por sementes salvas na safra 2015/16 com objetivo de reduzir os custos de produção.
"Os produtores estão diminuindo os custos usando sementes salvas, reduzindo a quantidade de aplicações de adubo, para que fique um custo suportável para eles, e possa ser rentável no final da sua safra", afirma Rapchan.
No entanto, a utilização de sementes salvas aliado a redução de tecnologias, pode resultar em uma queda na produtividade e na qualidade dos grãos. Além disso, as dificuldades de acesso ao crédito agrícola com os juros mais altos devem influenciar também na decisão dos produtores para a safra de verão.
Milho
Com a perspectiva de que a segunda safra de milho no Brasil poderá chegar a R$ 80 milhões de toneladas e a demanda ainda incerta, os produtores terão "um desestímulo" no preço na safra 2015/16.
"Os produtores que já estavam desestimulados para fazer a safra de verão, terão um desestímulo maior porque terá muito milho que vai faltar local para estoque e isso deve afetar também o preço na soja no mercado interno nos meses de junho e julho, pois muitos produtores terão que desovar seu estoque para estocar a safra de milho, ou se sujeitar ao que o mercado está pagando no dia", explica Otavio.