Preços do milho recuam no mercado interno com pressão de colheita e números reajustados para produção de segunda safra

Publicado em 09/06/2015 13:18
Preços do milho recuam no mercado interno com pressão de colheita e números reajustados para produção de segunda safra

A segunda safra de milho começou a ser colhida no país e os números em algumas localidades são recordes. Diante dessa evolução da colheita, a quantidade de milho está cada vez mais indicando um excedente interno de números crescentes.
 
Para Lucilio Alves, pesquisador do Cepea, isso faz com que no contexto médio geral ocorra pressão sobre as cotações. “Claramente nós temos alguns ajustes regionais, que hora o preço cai além do esperado, hora sobe. Na região paulista, por exemplo, tivemos queda nas semanas anteriores e agora a região já sinalizou uma reação”.
 
Do mesmo modo, o clima foi extremamente favorável pelo Brasil. No cerrado as chuvas ainda permanecem e com previsão de continuidade para o próximo mês. Com isso, a cultura do milho que foi plantada fora da janela ideal se beneficia. Segundo o pesquisador, a produtividade será maior.
 
“Os novos números divulgados, principalmente no estado do MT essa semana, mostram uma produtividade em linha há duas ou três safras e, que inclusive, pode resultar numa produtividade recorde para o estado. A gente já tem os números divulgados pelo IMEA apontando uma produção 15% acima do ano passado, cerca de 20 mi de toneladas que se confirmado será a segunda maior safra do estado”.
 
Já no final de junho/2015, a expectativa é para o cenário das exportações. “No MT, com 20 mi de toneladas esperando para serem produzidas, com cerca de 60% já negociadas, e se esse volume estiver direcionado em sua quase totalidade pra exportação, sem dúvida isso é um fator que aliviará a pressão sobre as cotações domésticas ao enxugar o mercado interno”, explica o pesquisador.
 
Em contrapartida, os preços da BM&F estão abaixo dos preços observados na bolsa de Chicago. Para o pesquisador isso pode trazer uma competividade no produto brasileiro em detrimento ao produto americano.
 
Diante desse cenário, o momento é de espera nas exportações para saber a reação dos preços. “Vamos ter alguns problemas de armazenagem de novo. Vamos ter que forçar algumas vendas, mas esse ritmo de entrega de contratos passados é que vai implicar na disponibilidade de milho no futuro”, encerra o pesquisador.

 

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Por: Aleksander Horta//Nandra Bites

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