Na região de Diamantino (MT), chuvas dos últimos dias ajudaram a consolidar a produção de milho safrinha
Em Diamantino, MT, a expectativa para a produção do milho safrinha é boa. As chuvas dos últimos dias ajudaram a consolidar a produção. Para Altemar Kroling, delegado da APROSOJA - A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, a estimativa é que este ano a safra supere a de 2014.
“A média esperada é de 100 sacas por hectare. Com o clima favorável na região, nossa preocupação será com os preços e a armazenagem. A saca do milho está em torno de R$ 13,00, abaixo do preço mínimo de R$ 13,56 para o estado, e este valor apenas cobre os custos de produção, deixando uma margem muito ajustada para o produtor rural”.
Diante desse cenário, a estratégia do produtor será estocar o milho e vender mais adiante buscando melhores oportunidades de comercialização. Porém, o produtor que não possui armazém, deve se atentar aos custos elevados.
“O agricultor às vezes é obrigado a vender a saca a preços mais baixos para não gastar mais com a armazenagem. Agora é tempo de começar a pagar a estocagem e despesas para não chegar ao final do ano com custos mais elevados”, orienta o diretor.
Comercialização
Este ano o índice de comercialização antecipada foi maior. Cerca de 50% da produção do milho safrinha já foi negociada na região de Diamantino. No início do ano o preço da saca seguia a R$ 17,50.
“Os primeiros 50% de milho comercializado, não sofreram com o clima, com isso o produtor deixa a parte final sem comercializar e agora que os preços estão baixos, ele segue procurando fazer troca ou algo que passe o milho para frente”, relata Kroling.
Safra 15/16
As compras de insumos e fertilizantes seguem devagar. Na região, existem alguns produtores que fizeram parte das compras, mas a grande maioria aguarda uma melhora nos preços da soja, bem como a liberação de recursos para o produtor rural.
“Essa incerteza é que deixa o planejamento de compras um pouquinho mais lento e esse ano vai atrasar a comercialização. O governo anunciou o plano safra, mas até esse dinheiro estar disponível nas agências, o produtor vai acabar comprando seus insumos mais tarde, atrasando todo o processo”, revela o diretor.
Com base no atraso dos recursos e a incerteza inerente ao futuro dos produtores de milho safrinha, Kroling explica que, “alguns agricultores já estão diminuindo a tecnologia no campo, certos arrendatários que tinham terra mista já estão entregando e não vão plantar, devido aos custos elevados”.
Soja
Do mesmo modo, na região ainda resta soja da safra 14/15 para ser comercializada. O processo, segundo o diretor, segue lento e o produtor vende na medida em que precisa.
“O agricultor está esperando uma melhora nos preços na Bolsa de Chicago para aumentar a comercialização. A referência do preço da soja gira em torno de R$ 52,50 a saca, cobrindo apenas os custos e deixando novamente uma margem muito ajustada para o produtor rural”, diz o diretor.