Continuidade das chuvas podem ocasionar grãos ardidos nas lavouras de milho safrinha no PR

Publicado em 29/05/2015 10:57
Continuidade das chuvas podem ocasionar grãos ardidos nas lavouras de milho no PR. Grande preocupação ainda é com a possibilidade de geadas durante o mês de junho. Expectativa ainda é de uma boa produção na segunda safra. Alguns negócios antecipados foram feitos, entre R$ 23,00 a R$ 24,00 a saca. Cotações recuaram e giram em torno de R$ 19,00 na região, valor deixa margem ajustada aos produtores.

No Paraná a expectativa de produção do milho safrinha é boa, no entanto as chuvas continuam no sul do país e começam a preocupar os produtores. De acordo com José Eduardo Sismeiro, presidente Aprosoja Paraná, a produtividade das lavouras cultivadas em janeiro podem chegar de 130 a 140 sacas por hectare, caso as condições climáticas continuem favoráveis.

Porém, Sismeiro afirma que uma pequena parcela dos produtores do estado realizaram o plantio dentro da janela ideal. Nesses casos o pico da colheita deve acontecer no final de junho e a produtividade "pode não ser tão boa quanto às primeiras lavouras", afirma.

"Nós tivemos muita chuva na época da colheita da soja, o que atrasou a colheita e consequentemente atrasou o plantio do milho. Então nós temos uma área de milho safrinha plantada bem depois do que gostaríamos, que reflete agora em uma colheita tardia, então se vier geada no mês de junho os prejuízos são muito grandes para o estado do Paraná", afirma

 

Preços

Atualmente o preço praticado na região é de R$ 19,00 a saca, mas Sismeiro considera que esse valor pode chegar a R$ 16,00/saca caso não ocorra nenhum advento climático e a produtividade fique acima do registrado no ano passado.

"O Mato Grosso também está com uma área boa de milho, a perspectiva de produtividade é grande. Então com muito milho no mercado interno e as exportações começando só a partir de setembro, teremos com certeza um período onde o milho vai cair bastante", declara.

Alguns produtores realizaram negócios antecipados quando o milho ainda estava cotado entre R$ 23,00 a R$ 24,00 a saca. Porém, a grande maioria dos agricultores da região não aproveitam os picos de preços e agora trabalham com as margens ajustadas.

Para ele, a expectativa é que o dólar volte a subir e impulsione as exportações para que os produtores consigam garantir rentabilidade na produção.

 

Falta de crédito

Além da preocupação quanto às condições climáticas e os preço do milho que seguem em queda, os produtores do Paraná tem mais um problema para resolver. O Ministério da Agricultura confirmou nesta semana que não haverá subsídio para o seguro rural do milho segunda safra.

Os agricultores fecharam os contratos com as seguradoras no começo deste ano, e agora terão que arcar com 100% valor do prêmio, e não apenas 40% como acontecia em anos anteriores.

Além disso, a falta de crédito e as incertezas quanto às condições do Plano Safra 2015/16 também prejudica o planejamento dos produtores para próxima temporada.  A comercialização de adubos, defensivos agrícola, fertilizantes e sementes estão em baixa em todo o país. Segundo Sismeiro, "sem um preço justo o principal corte será nos fertilizantes, o adubo não vai cair tanto e na semente não tem como não investir", ressalta.

A orientação é que os produtores planejem suas compras e aproveitem os picos de preços para garantir rentabilidade.

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Por: Fernanda Custódio e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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