Não haverá seguro rural para a segunda safra de milho; decisão partiu da ministra da Agricultura e do secretário de Política Agrícola
O Ministério da Agricultura comunicou a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) que não haverá subsídio para o seguro rural da segunda safra de milho.
No início de maio, o MAPA autorizou a liberação de R$ 90 milhões para o seguro do trigo e R$ 2 milhões para outras culturas de inverno, mas não incluiu o milho de segunda safra. Segundo Pedro Loyola, os produtores não têm condições de arcar com os 60% do valor do prêmio subsidiado pelo governo. Em média uma apólice de 100 mil reais para cobertura do milho safrinha, custa 16 mil reais, desses 6 mil eram pagos pelos produtores e 10 mil entrava como subsídio do governo.
Loyola lembra que neste ano a maioria dos produtores do Paraná já realizou a quitação de 40% do seguro, e nos mês de agosto e setembro deverão realizar o pagamento dos outros 60%, já que a ministra da Agricultura confirmou que por falta de recursos não será liberado nenhum valor de subsídio.
"Os produtores serão informados nos próximos dias pelos corretores e seguradoras, e na sequencia vão receber também os boletos. Já sabemos que dada à dificuldade na comercialização do milho, eles terão que desembolsar mais um valor que não estava previsto no orçamento. Faltou ao governo ter feito essa comunicação às seguradoras e aos produtores lá no mês de novembro e dezembro, antes de toda a programação", declara Loyola.
Segundo ele, mesmo com os subsídios no trigo e nas culturas de inverno, "o governo possui ainda 260 milhões de recursos disponíveis” para arcar com o seguro rural da segunda safra de milho.
Outro fator preocupante é que o Ministério da Agricultura realizou o pagamento de apenas 2% do valor contratado no ano passado. A dívida do governo com as seguradoras já chega a R$ 690 milhões de reais, e deixa os produtores em alerta com a continuidade do programa.
"Vamos tentar ainda insistir com o Ministério da Agricultura para reverter essa situação. Os boletos devem vir para agosto e setembro, então temos quase dois meses para brigar e reverter essa decisão", afirma o presidente.