Queimadas e desmatamento colocam em xeque a preservação ambiental no Brasil; mas e os bons projetos, porque não são mostrados?
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Queimadas e desmatamento colocam em xeque a preservação ambiental no Brasil; mas e os bons projetos, porque não são mostrados?
Em um balanço sobre a situação do meio ambiente no Brasil, a advogada especialista em direito ambiental, Smanta Pineda, pontua que 2020 foi marcado pela prevalência das notícias ruins, principalmente pela mídia internacional. Na opinião da especialista, o país precisa difundir com mais eficiência, tanto interna quanto externamente, as regras impostas pelo Código Florestal, "um dos mais rígidos do mundo". A geração de títulos verdes também é uma aposta para impulsionar a agricultura de baixo carbono.
"Houve um aumento no desmatamento da floresta Amazônica, que foi reflexo da própria crise financeira que está ocorrendo, além das queimadas que ocorreram em todo o continente americano devido a problemas climáticos, e não apenas no Brasil", disse.
Apesar destas questões, a advogada ressalta que, em um momento em que o mundo estava 'fechado', o Brasil estava ampliando mercados para exportação. "É óbvio que existe um componente ideológico que veio disfarçar um bloqueio comercial. O desenvcolvimento do Brasil assusta o mercado, e houve até a sugestão do presidente da França de que nós fôssemos excluídos do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia".
Ela aponta que o Brasil deu um salto neste ano, com R$ 400 milhões a mais para o Plano Safra em incentivo à agricultura de baixo carbono, além da assinatura de convênio com a Climate Bond Initiative, a única certificadora global de títulos verdes.
"O acesso público à ferramentas, como uma calculadora de carbono, em que o produtor faz um checklist que atribui valores de diminuição de emissão de gases que causam efeito estufa, ainda é um pouco restrito. Não há ainda algo mais no 'atacado'. Mas o produtor que quiser emitir um título verde consegue fazer essa conta, e pra ele vai valer a pena", diz.
Conforme Samanta Pineda aponta, o Governo Federal recriou o Conselho da Amazônia, e por meio do Ministério da Agricultura, colocou em pauta a discussão do assunto com governadores e designou o Exército para cuidar da floresta. "Falar que não se está fazendo nada é uma politização da polêmica ambiuental no Brasil pela grande imprensa, o que acaba acertando o agronegócio".
Como possível solução contra o desmatamento, a especialista sugere a regularização fundiária para saber exatamente quem ocupa a área e que tipo de desmatamento está ocorrendo, legal ou ilegal. Ela também elenca que deve haver medidas de incentivo à bioeconomia para que haja alternativas para não colocar a floresta no chão.