Canal do Panamá pode ser alternativa viável para exportação de grãos pelos portos do Arco Norte, aponta Conab

Publicado em 09/03/2021 11:40 e atualizado em 09/03/2021 14:44
Custo marítimo poderia reduzir em até 35% para China , além de ser uma alternativa para acessar novos mercados na Ásia
Thomé Luiz Freire Guth - Superintendência de Logística Operacional da Conab

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Entrevista com Thomé Luiz Freire Guth - Superintendência de Logística Operacional da Conab sobre rotas marítimas

 

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Um estudo feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que agricultores que usam os portos do Arco Norte podem obter redução de até 35% nos custos do frete por tonelada exportada ao adotar rotas marítimas pelo Pacífico, utilizando o Canal do Panamá. 

O Canal  inaugurado em agosto de 1914, é uma rotal artificial de navios com 82 quilômetros de extensão, localizado no Panamá e que liga o oceano Atlântico, através do mar do Caribe, ao oceano Pacífico. O canal atravessa o istmo do Panamá e é uma travessia chave para o comércio marítimo internacional, que hoje corresponde a 5% do comércio mundial, com movimentação anual de mais de 15 mil navios, 140 rotas marítimas e 1.700 portos em 160 países.

Na lista dos 15 maiores usuários do Canal do Panamá não consta o Brasil , o que reforça a necessidade de se conhecer as limitações existentes que impedem a utilização dessa rota marítima que apresenta vantagens muito claras, sobretudo para as exportações do agronegócio brasileiro que tem apresentado avanços a cada ano no escoamento da produção agrícola para o mercado internacional realizada por intermédio dos portos do Arco Norte.

O Canal se configura como uma importante alternativa, não somente para a exportação da soja brasileira para os Chineses, que já é muito importante, mas, principalmente, para melhorar a competitividade propiciando possibilidade de abertura de novos mercados de origem asiática.

Um dos fatores que podem dificultar a utilização, pelo Brasil, dessa rota marítima está diretamente relacionada com o custo dessa alternativa, em função de que o pagamento de uma taxa de utilização (pedágio) às autoridades panamenhas que controlam o fluxo de navios é considerada muito alta. O valor do pedágio é calculado com base no valor da carga transportada, sendo o custo médio da passagem de um navio em torno de US$ 150 mil, chegando a quase o dobro desse valor dependendo do tamanho da embarcação. 

No entanto, navios de grande porte podem diluir os custos pela capacidade de transporte e com produtos de maior valor agregado, a cada ano vimos surgir navios de maior capacidade e com portos estruturados para esse tipo de navegação.

Pode estar nesse tema a dificuldade da utilização brasileira do Canal do Panamá, em função da restrição portuária para navegação de navios de grande porte , o que se configura como um obstáculo operacional para a maioria dos portos nacionais que necessitam de maré alta para possibilitar esse tipo de deslocamento.

Pelo estudo , os portos do Arco Norte , com as devidas adequações, seriam os mais beneficiados pela nova rota.

São indagações pertinentes para um país com o potencial gigantesco para produzir alimentos e será necessário adequar a realidade da infraestrutura portuária brasileira a essas oportunidades como a utilização do Canal do Panamá, sem esquecer a necessidade de acordos comerciais com o governo panamenho para avaliar a possibilidade de cooperação.

Saiba mais sobre essa nova alternativa de exportação no Boletim Logístico da Conab divulgado em fevereiro:

 

 

Por: Aleksander Horta
Fonte: Notícias Agrícolas

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