Chuvas de dezembro melhoram desempenho de alguns tipos de laranja, mas safra total ainda deve ser 30% menor do que a anterior
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Chuvas de dezembro melhoram desempenho de alguns tipos de laranja, mas safra total ainda deve ser 30% menor do que a anterior
Apesar do alto volume de chuva em dezembro, safra de laranja segue 30% menor em relação à temporada anterior
A safra de laranja 2020/21 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro é reestimada em 269,01 milhões de caixas, de acordo com atualização publicada em 10 de fevereiro pelo Fundecitrus. O valor é 6,52% inferior à primeira estimativa, de maio de 2020, e 30,45% menor em relação à safra anterior, a pior quebra dos últimos 33 anos, marcada pelos efeitos da bienalidade da cultura aliada a condições climáticas adversas. Da safra total, cerca de 19,27 milhões de caixas devem ser produzidas no Triângulo Mineiro.
Segundo o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), Vinícius Trombin, apesar do dezembro mais chuvoso da última década, as plantas ainda sofrem os efeitos da escassez de água observado em 2020. “Essa quebra de safra sem precedentes na história da citricultura evidencia a severidade dos problemas climáticos nesta temporada. Após dezembro registrar volume pluviométrico 8% acima da média histórica, o cinturão citrícola voltou, em janeiro de 2021, a enfrentar o quadro de escassez de chuvas, que vem predominando desde o início da safra, provocado principalmente pelo fenômeno La Niña”, explica.
Chuvas irregulares
De acordo com dados da Somar Meteorologia, o volume acumulado de 742 milímetros desde o começo da temporada, de maio de 2020 a janeiro de 2021, continua abaixo da média histórica: cerca de 230 milímetros a menos, o que corresponde a um déficit de 24%.
Esta situação se repete em todas as regiões do cinturão citrícola, em diferentes intensidades: - 54%, em Votuporanga (VOT); -37%, em Altinópolis (ALT); -33%, em Brotas (BRO), Limeira (LIM) e Matão (MAT); -31%, em Bebedouro (BEB); -27%, em Porto Ferreira (PFE); -26%, em São José do Rio Preto (SJO); -14%, no Triângulo Mineiro (TMG); -13%, em Avaré (AVA); -9%, em Duartina (DUA) e -4% em Itapetininga (ITG).
Peso médio dos frutos e taxa de queda
Em função das condições climáticas adversas, o peso médio que os frutos devem atingir no ponto de colheita foi reduzido na última revisão da safra, em dezembro, e os frutos colhidos até o momento não indicam necessidade de alterar a projeção. Considerando todas as variedades, o tamanho médio é mantido em 261 frutos por caixa, o que significa que cada laranja deve pesar, em média, 156 gramas, peso 8% inferior à média das últimas cinco safras (169 gramas).
A projeção da taxa de queda de frutos subiu de 21,10% para 21,20%, avaliando todas as variedades. O aumento é justificado devido à elevação da taxa da variedade tardia Natal em 0,8%. As taxas de queda das variedades precoces atingiram os valores projetados; e da meiaestação Pera Rio e das tardias, Valência e Valência Folha Murcha devem alcançar as projeções até o final da colheita.
Fechamento da safra
O fechamento da safra de laranja 2020/21 será divulgado em 12 de abril. A PES é realizada pelo Fundecitrus com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.