Em Itaí (SP), produtores iniciam a colheita da laranja pêra e preços não cobrem os custos de produção

Publicado em 25/08/2015 10:05
Em Itaí (SP), produtores iniciam a colheita da laranja pêra e preços não cobrem os custos de produção. Citricultores fizeram contratos com as indústrias ao redor de R$ 11,00 a caixa de 40,8 kg. Qualidade da fruta está melhor do que o registrado na safra passada. Greening nos pomares encare os custos de produção.

Os produtores de Itaí (SP) já iniciaram a colheita da laranja pêra. Até o momento, cerca de 10% a 15% dos pomares foram colhidos. A safra de 2015 deverá ficar acima do observado no ano anterior, já que em 2014, a produção sofreu com a falta de chuvas e registrou quebra expressiva.

O produtor rural do município, João Batista Cardoso, destaca que as frutas apresentam boa qualidade. “A laranja está com a pele lisa, inclusive, daria para vender ao mercado, porém, boa parte dos citricultores fizeram contratos com as indústrias. A caixa de 40,8 kg foi negociada a R$ 11,00”, afirma.

Entretanto, ao descontar o valor do Funrural, de 2,3%, a colheita e o transporte, avaliados em R$ 4,00, sobraria aos produtores um preço de R$ 6,70 por caixa. “O valor deixa uma margem muito ajustada os produtores, praticamente empatamos. Deveremos ficar com a participação do contrato que seria um valor entre R$ 2,00 a R$ 3,00”, destaca o citricultor.

É preciso ressaltar que os produtores já trabalham no vermelho desde a safra passada, conforme sinaliza Cardoso. “O prejuízo foi bem maior em 2014. Tentamos participar do Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), mas não conseguimos pegar a safra inteira”, completa.

Em contrapartida, os custos de produção sobem a cada safra, principalmente em decorrência do greening nos pomares. “Temos que pulverizar os pomares a cada 15 dias e isso acaba encarecendo os custos de produção. Muitas vezes temos que replantar e o pomar fica desigual. Sem contar que a cada replantio, a planta demora 3 anos para produzir”, diz Cardoso.

Investimento nos pomares

Ao contrário de outras localidades, os produtores têm aumentado a área de laranja na região. “Muitas pessoas do Norte do estado estão migrando para a nossa região, o psilídeo, inseto transmissor da doença ataca menos na localidade e o clima mais frio também favorece a produção”, finaliza o citricultor.

Tags:

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dreyfus anuncia novo terminal de açúcar em SP que eleva em 1 mi t capacidade por ferrovia
Citricultura baiana se desenvolve baseada na tecnologia, e faturamento cresce 35,80% entre 2019 e 2023
Agrodefesa realiza oficina técnica na área de citros e curso para emissão de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e de Origem Consolidado (CFOC)
Citros/Cepea: Preço da tahiti cai, mas segue elevado
Citros/Cepea: Chuvas geram expectativa de recuperação na oferta em 2025
Citros/Cepea: Preços seguem em alta; volume exportado diminui, mas receita sobe
undefined