Laranja: Produtores não têm preço mínimo desde março e ainda enfrentam alta nos custos e na incidência de greening e cancro
Mesmo com preços maiores do que os registrados na safra passada, os produtores de laranja não conseguem garantir rentabilidade com a elevação dos custos de produção. De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Citricultura, Marco Antônio dos Santos, boa parte da safra foi comercializada entre R$ 14,00 e R$ 15,00 a caixa de 40.800/kg em São Paulo.
Na safra 2014/15 houve uma quebra de safra de cerca de 30%, o que encareceu a colheita, pois "os trabalhadores tem maior dificuldade de colher os poucos frutos que tem no pé", explica Santos. Além disso, problemas com o combate de doenças como greening e cancro cítrico também elevaram os custos da produção.
"Antes nos vínhamos erradicando essas pragas, mas sentimos que perdemos para doença, então agora temos que fazer o manejo. A doença está em índices muito elevados e não compensa mais a erradicação na árvore", explica Santos.
Diante dessa oneração, o presidente afirma que os produtores estão realizando apenas o básico para combater a doença, pois a redução na produção aliado à alta nos insumos prejudica a rentabilidade do setor. "A lucratividade do setor vai demorar um pouco para acontecer, não acredito que nessa safra ele vai obter lucro", considera.
Há meses, os processos de solicitação de crédito rural estão paralisados nos agentes financeiros. A expectativa é que com o anúncio do Plano Safra, que está previsto que ser divulgado nesta terça-feira (02), os produtores voltem a ter recursos para investir na produção. Além disso, desde 31 de março a laranja deixou de fazer parte da política de preço mínimo do governo, e o setor busca a viabilidade de retomada do preço mínimo no citros.