Hortifruti: Restrições da Covid-19 limitam ritmo de vendas de maçã e entrada da safra ajuda a pressionar preços
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Entrevista com Marcela Guastalli Barbieri - Editora Econômica de Frutas do Cepea sobre a Safra da Maçã
Terminou em fevereiro a colheita da maça tipo gala, e apesar do setor ainda não ter os números oficiais da safra, a expectativa é de um aumento na produção em comparação com o ano passado, além da retomada no calibre na fruta, segundo informações de Marcela Guastalli Barbieri - Editora Econômica de Frutas do Cepea.
De acordo com a especialista, o clima foi determinante para a retomada na produção no quesito qualidade. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Marcela explica que diferente do ano passado, apesar dos volumes de chuvas ainda abaixo da média - segundo especialistas, os volumes foram satisfatórios para o bom desenvolvimento da safra.
Agora, os trabalhos estão voltados para a colheita da maçã tipo fuji que tem os picos do trabalho esperado nesta segunda quinzena de março. O cenário para a safra da fuji também é mais positivo quando comparado com o ano anterior, já que a variedade em questão tem como característica ser uma fruta bienal e 2020 é um ano de produção com ciclo alta para a fuji.
Além da entrada da safra, as restrições contra a Covid-19 também pressionam os preços neste momento. De acordo com análise do Cepea, a demanda não está acompanhando a quantidade de fruta ofertada. "Isso porque as medidas de controle da covid-19 ainda mais restritiva em praticamente todo o Brasil, com restrições mais severas de funcionamento de escolas, cozinhas industriais e alguns serviços, por exemplo, retraíram a demanda", afirma a análise.
Além disso, agentes relataram que, mesmo realizando descontos nos preços da maçã, os clientes varejistas, sobretudo de pequeno porte (como feirantes), têm comprado volumes limitados, com receio de dificuldade nas vendas diante das incertezas econômicas. Segundo Marcela, a expectativa é de uma retomada nos preços a partir do segundo semestre, com a expectativa de retomada na demanda e uma oferta mais restrita da fruta.
Veja a entrevista no vídeo acima