Produtores de cebola de SC pedem prorrogação de dívidas e taxação das importações para enfrentar crise no setor

Nesta semana, mais de 3 mil produtores de cebola se reuniram em Ituporanga (SC) para reinvindicar algumas pautas consideradas importantes para a manutenção da produção.

De acordo com Pedro Adriano Damann, secretário-executivo do Sindicato Rural de Ituporanga, a região tem na cebola a sua principal fonte de renda. Composta principalmente por pequenos produtores, que possuem, em média, entre 10 a 12 hectares, a cultura amargou prejuízos na safra passada por conta de excesso de chuvas.

Nesta safra, porém, houve uma super produção de 580 mil toneladas. Os produtores iniciaram a comercialização animados, mas os preços vieram a cair por conta de uma superoferta e ficaram abaixo do preço mínimo de produção. Enquanto o custo médio é de R$0,70/kg, recebe-se hoje entre R$0,40/kg a R$0,45/kg. Descapitalizados por conta da safra anterior, os produtores amargam, agora, muitos prejuízos.

Com isso, o setor pede por uma prorrogação das dívidas em decorrência desse cenário. Por outro lado, também pede para que seja taxada a importação de cebola proveniente da Europa, que entra no mercado brasileiro com preços mais competitivos.

Hoje, a orientação para o produtor, segundo Damann, é de buscar seus direitos no banco, conversar com o gerente, explicar a situação e tentar conseguir a negociação dos valores prorrogados. No entanto, o setor luta para que haja uma portaria do Banco Central para que essas dívidas sejam prorrogadas sem precisar passar pelo aval do gerente do banco.

O setor já conseguiu também que a cebola entrasse na pauta na próxima reunião da Camex, que é semestral. A reinvindicação é para que o produto europeu seja taxado em 35%.

No dia 6 de abril, será realizada a Expofeira da Cebola, que possui confirmada a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Uma audiência com o ministro está sendo agendada para a ocasião, para que essas reinvindicações também sejam entregues em mãos.