Pagando valor acima do trigo, cevada atende apenas a metade da demanda do Brasil e tem espaço para crescimento
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Pagando valor acima do trigo, cevada atende apenas a metade da demanda do Brasil e tem espaço para crescimento
Nos últimos anos o Brasil cultivou 100 mil hectares com cevada na safra de inverno, área que é concentrada nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul e deve render 430,8 mil toneladas produzidas em 2022, um recorde nacional.
Segundo o pesquisador em melhoramento de cevada da Embrapa Trigo, Aloísio Alcantara Vilarinho, hoje a demanda por cevada pelas maltarias brasileiras é de mais de 800 mil toneladas. Além disso, a demanda por malte no Brasil é de 1,6 milhão de toneladas contra a atual produção de 750 mil, mostrando o grande espaço para crescimento da cultura.
Do lado do mercado, o pesquisador relata que as negociações das maltarias com os produtores na safra de 2021 ficaram em 15% a mais do que o preço do trigo, com a possibilidade de um bônus de 1% a cada grau acima dos 85% de grãos de classe 1.
Os entraves para o aumento da produção são a sensibildiade da cultura às condições climáticas como chuva no reprodutivo ou geada após a germinação e mudanças no manejo com relação ao trigo como o momento correto de aplicação de nitrogênio e correção da acidez do solo com calcário.
A solução para estas situações passa pelo desenvolvimento de novas cultivares e melhoria das já existentes, até mesmo para permitir a produção de mais tipos de malte, dando mais opções à indústria compradora.
Vilarinho ainda comenta que olhando para o mundo, 70% da produção de cevada é destinada à alimentação animal, mas no Brasil 90% é plantada para indústria de malte, com 70% atingindo os padrões necessários. Porém, diante da escassez de outros produtos, a demanda por cevada na alimentação animal também tem crescido.
Confira a íntegra da entrevista com o pesquisador em melhoramento de cevada da Embrapa Trigo no vídeo.