Vlamir Brandalizze: Petróleo em alta ajudando Soja em Chicago
Agronegócio cresce 24,3% em 2020 e responde por mais de 1/4 do PIB do Brasil, diz CNA
SÃO PAULO (Reuters) - O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 2,06% em dezembro e fechou 2020 com uma expansão recorde de 24,31%, com o setor ampliando sua participação para mais de um quarto da economia do país, que teve desempenho negativo em outros segmentos por impacto da Covid-19.
Tanto a cadeia produtiva da agricultura quanto da pecuária tiveram expansões expressivas em 2020, avançando 24,2% e 24,56%, respectivamente, impulsionadas por uma alta de preços e safras recordes.
Com o resultado, o agronegócio ampliou para 26,6% sua participação no PIB total do país no ano passado, versus 20,5% em 2019, segundo estudo realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro no geral tiveram alta em 2020, com destaque para o setor primário (56,59%), seguido por agrosserviços (20,93%), agroindústria (8,72%) e insumos (6,72%).
"O desempenho do PIB do agronegócio reflete a evolução da renda real do setor, em que são consideradas as variações tanto de volume quanto de preços reais", notou a CNA.
Entretanto, CNA e Cepea ressaltam que, apesar do resultado recorde do PIB no ano passado, a cadeia produtiva agrícola ainda se recupera de um cenário adverso de anos anteriores --no setor primário (atividade dentro da porteira), por exemplo, a renda real recuou 20% de 2017 a 2019, apesar do crescimento de 20% da produção no mesmo período, devido a preços.
O uso intenso de venda antecipada de grãos também contribuiu para que a maior parte dos produtores não se beneficiasse plenamente da forte alta dos preços ao longo de 2020, afirmou a entidade. Além disso, houve elevação dos custos de produção.
Em relação ao ramo pecuário, a elevação dos preços das proteínas animais em relação a 2019 e a expansão da produção e do abate de suínos e aves e da oferta de ovos e leite refletiram o resultado do ano passado no PIB.
"Mas o forte aumento nos custos de produção afetou negativamente as margens dentro da porteira e na agroindústria", disse a nota.
A CNA e o Cepea têm um cálculo mais abrangente do PIB do setor em comparação com o governamental IBGE, que calcula apenas o segmento primário.
O indicador para o PIB dentro da porteira, do IBGE, deverá voltar a crescer este ano, com a CNA projetando aumento de 2,5% sobre 2020, disse à Reuters o coordenador do Núcleo Econômico da entidade, Renato Conchon, na semana passada.
Bolsa de Buenos Aires reduz estimativas para safras de soja e milho da Argentina
BUENOS AIRES (Reuters) - A safra de soja 2020/21 da Argentina deverá atingir 44 milhões de toneladas, disse nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, reduzindo sua previsão ante os 46 milhões estimados anteriormente, devido aos efeitos uma seca.
A instituição também cortou sua projeção para a safra 2020/21 de milho do país, passando a estimá-la em 45 milhões de toneladas. Antes, a bolsa via a colheita do cereal em 46 milhões de toneladas.
A Argentina é a maior exportadora de óleo e farelo de soja do mundo, além de terceira maior fornecedora de milho.