Rabobank reduz safra de soja no Brasil para 119 mi/t. Mas para alterar patamar das cotações, perdas precisam ser bem maiores

Publicado em 07/01/2019 12:19
América do Sul precisa reduzir a oferta de soja em pelo menos 20 milhões de toneladas para provocar alteração nos atuais patamares de preços. Até o momento essa perda não chega a 5 milhões de toneladas, segundo Rabobank
Victor Ikeda - Analista de Grãos da Rabobank

Podcast

Perspectivas para os Grãos em 2019 - Victor Ikeda - Analista de Grãos da Rabobank

 

Download

Ao longo de 2018 todas as projeções apontavam para safras recordes no Brasil durante 2019. Porém, alterações climáticas ao longo do mês de dezembro resultaram em novas estimativas que reduziram o número esperado, principalmente no que diz respeito a cultura da soja.

“No caso da soja tínhamos uma expectativa de que o Brasil pudesse alcançar uma safra recorde considerando que o Brasil tinha tido um bom volume de chuvas em novembro e um plantio que ocorreu dentro das melhores condições, estimávamos uma safra na ordem de 123 milhões de toneladas. Com base nas informações que nós tivemos em dezembro, a gente vê que houve uma piora nas condições das lavouras brasileiras, em especial no Paraná e Mato Grosso do Sul, e condições levemente piores do que tivemos no ano passado. Por esse motivo nós revisamos a nossa projeção para algo em torno de 119/120 milhões de toneladas”, diz Victor Ikeda, analista de grãos da Rabobank.

Apesar desse cenário de menor oferta do que o esperado, que até o momento aponta perda de 5 milhões de toneladas de soja na América Latina, o analista destaca que seria necessário uma oferta ainda muito menor, que giraria em cerca de 20 milhões de toneladas a menos na América Latina, para que fossem sentidos reflexos diretos nos preços encontrados para venda dos grãos.

MILHO

Já para a cultura do milho, a expectativa da Rabobank é de aumento na produtividade estimulado pelo plantio que deve ocorrer dentro das melhores janelas de cultivo. “Ainda é cedo para avaliarmos possíveis impactos de clima, mas a gente acredita que boa parte do milho safrinha, que hoje representa quase 70% da nossa composição de oferta aqui do Brasil, deve ser cultivada dentro da melhor janela ideal de cultivo e isso tende a resultar em produtividades superiores do que se viu no ano passado quando boa parte do plantio acabou ocorrendo fora da janela ideal. Basicamente a gente acredita em uma recomposição de oferta. Na safra 2017/18 o Brasil produziu algo em torno de 80 milhões de toneladas de milho e a gente acredita que para esse ano devemos ter algo em torno de 90 milhões de toneladas na safra total”, destaca Victor.

Confira a entrevista completa no vídeo.

Por: Aleksander Horta e Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
undefined