Depois das geadas no Rio Grande do Sul, produtores seguram vendas de trigo
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Entrevista com Marcelo De Baco - Corretor de Mercado De Baco Corretora de Mercadorias sobre Geadas no Trigo
Após as geadas que atingiram as lavouras de trigo no estado do Rio Grande do Sul e no Paraná, os produtores rurais optaram por segurar as vendas do grão. No entanto, as condições climáticas indicam possibilidade de geadas e chuvas.
De acordo com o Corretor de Mercado De Baco Corretora de Mercadorias, Marcelo de Baco, as recentes geadas despertaram o receio nos agricultores de não conseguirem alcançar a qualidade contratada. “Ainda é difícil dimensionar a intensidade das geadas, pois tivemos um espaçamento durante o plantio devido ao tempo seco e depois ocorreu a greve dos caminhoneiros que impediu a movimentação de máquinas”, afirma.
Outro fator que contribuiu para o espaçamento na semeadura foi às referências que tiveram um aumento significativo e estimulou os produtores a investirem na cultura. “Então, eu diria que não chegamos a 10% do total do trigo do estado do Rio Grande do Sul avariado por geadas”, comenta.
As perdas com as geadas podem ser recompensadas com o aumento de áreas cultivadas em outras localidades nesta temporada. “Estatisticamente, me parece que a situação fica mais equilibrada. Atualmente, 30% das lavouras estão em fase de floração e o restante está em desenvolvimento vegetativo”, diz.
Em relação ao seguro agrícola, o corretor ressalta que é difícil avaliar o quanto o custeio auxilia os produtores rurais. “É um instrumento caro para o trigo e muitas pessoas abandonam o seguro por ter inverno nos últimos três anos e que acabou anulando esse risco em cima da cultura”, destaca.
Preços
Até o momento, as referências para o trigo giram ao redor de R$ 42,00 a saca. Segundo o corretor, o cenário interno e internacional contribuiu para a valorização nos preços. “Eu não me lembro dos últimos cinco anos termos a cotação do trigo anunciada para a safra na casa de R$ 42,00 a saca como vemos hoje”, comenta.
Dependendo da região, os preços nos patamares atuais remuneram os produtores e cobrem os custos de produção. “Pode ser que para alguns produtores não seja um valor suficiente, mas para a maioria com que conversamos os preços estão remunerando a atividade”, completa.