Início da colheita de trigo no PR pode atrasar e promover uma concentração de oferta com produto gaúcho, pressionando cotações
O analista de mercado Marcelo De Baco, da De Baco Corretora, conversou com o Notícias Agrícolas nesta quarta-feira (25) a respeito de uma movimentação positiva no trigo na Bolsa de Chicago (CBOT), que chegou até 27 pontos nos principais vencimentos na tarde de hoje.
No Brasil, a safra começa a ser colhida em setembro no Paraná e na segunda quinzena de outubro no Rio Grande do Sul.
De Baco aponta que o mercado de clima é bastante impactante na CBOT, mas que também existe um viés político - não se sabe até quanto essa alta tem influência do plano agrícola dos Estados Unidos.
A Bolsa de Chicago reflete, primeiramente, a demanda interna. Se houver quebra de safra do trigo de primavera, os preços tendem a subir ainda mais. Contudo, os estoques de passagem se encontram em superávit, mas não são mais os norte-americanos que ditam o preço do trigo, mas o cereal que sai pelo Mar Negro.
O Brasil deve ter uma sobrecarga de entrada de safra concentrada no mês de outubro, mas a demanda é boa, de forma que os preços devem se manter interessantes no início da colheita.
Entretanto, os atuais patamares giram em torno de R$950,00 a R$1100,00 a tonelada, o que não deve se sustentar, embora a média possa ser acima da praticada na safra anterior.