Com margens ajustadas, área cultivada com o trigo será menor nesta temporada em Santo Ângelo (RS)
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Acompanhamento de safra do trigo com Claudio Duarte - Presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo/RS
Nesta temporada, a área cultivada com trigo será menor em função das margens de lucro ajustadas aos produtores na região de Santo Ângelo/RS. Até o momento, o clima tem sido uma preocupação aos agricultores já que na localidade está sem chuvas significativas há 18 dias.
De acordo com o Presidente do Sindicato Rural do município, Claudio Duarte, os produtores estão planejando antecipar o plantio do trigo quando tiver a próxima precipitação na região. “Inclusive, as previsões climáticas estão indicando chuvas para hoje ou amanhã, sendo que a semeadura é feita no dia 15 a 20 de maio”, afirma.
Diante desse cenário, muitos produtores rurais optaram por reduzir os investimentos em tecnologia e diminuir a área plantada com a cultura devido aos riscos. “Os agricultores estão desestimulados por que não tem uma política agrícola de preços, os custos de produção elevados e as condições climáticas afetando as lavouras”, destaca.
Em relação a seguro agrícola, a liderança saliente que os bancos cobrem apenas 80% do valor, mas se o produtor pedir todos os anos essa porcentagem vai diminuindo.
Comercialização
Na localidade, alguns produtores fizeram operações de barter em torno de R$ 35,00 a R$ 37,00 a saca do trigo. “Quem já fez essas negociações é pra segurar alguma quantia do custo através da troca de produtos. Com isso, tem outras opções de cultivares para substituir a cultura do trigo”, ressalta.
Soja
Segundo dados do Instituto Brasileiro Geografia e Economia (IBGE), o rendimento médio das lavouras de soja ficou em torno de 55 sacas do grão por hectare. A liderança pontua que houve uma elevação de produtividade em determinadas áreas e outras tiveram baixa produção. “Esse ano foi muito viável plantar soja em função dos preços e conseguiu equilibrar as contas com a safra cheia”, comenta.
Atualmente, cerca de 40% da safra 2017/18 foi comercializada na região. “Muitos desses contratos eram antecipados, na qual o produtor já entregou para as empresas”, finaliza a liderança.