Estudo do Rabobank mostra que a boa estratégia de comercialização da soja tem que focar em margem e redução de risco
Victor Ikeda, analista de grãos do Rabobank, aponta que o produtor brasileiro está cada vez mais eficiente e adepto às novas tecnologias no campo, se diferenciando bastante dos produtores nas décadas de 1980 e 1990. Contudo, a comercialização não acompanhou essa evolução - muitos ainda comercializam como a geração anterior, acreditando que um período do ano em específico é melhor.
Um estudo elaborado pelo Rabobank destaca que a melhor margem não está, necessariamente, em um melhor período do ano. Acredita-se que o segundo semestre oferece os melhores momentos, mas, de acordo com um levantamento feito considerando os últimos 10 anos, foi identificado que, em alguns anos, o preço foi realmente maior, mas que em outros, esse padrão não se repetiu.
Desta forma, o estudo realizou um pequeno exemplo de uma estratégia de comercialização na qual, após o fechamento dos custos, os produtores calculam 70% da safra e comercializam esse volume em lotes ao longo do desenvolvimento da lavoura. Na estratégia montada pelo Rabobank, a venda foi dividida em 14 lotes - uma venda a cada duas semanas, tentando realizar uma média.
Utilizando essa estratégia e comparando com as vendas concentradas no segundo semestre, o estudo mostrou que os produtores tiveram uma margem média de 31% no período comercial. Já para quem deixou para vender apenas no segundo semestre, essa margem ficou em 27%. O objetivo, entretanto, não é que o produtor tenha uma melhor margem e, sim, uma menor volatilidade de margem, bem como uma redução de riscos.
3 comentários
Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Carlos Amaral
Voces tem esse estudo disponivel? gostaria muito de ler o material.
Dalzir Vitoria Uberlândia - MG
Estes números deveriam ser feitos em dólar..ai seria mais representativo...
Concordo com Dalzir.... o estudo seria melhor aproveitado, se tivesse sido feito em "dolar", já que a soja é cotada nessa moeda. Mas, mesmo assim muito válido.
Talita de Paula Carrer Barbosa do Carmo Uberlândia - MG
Muito boa a reportagem!
Sem dúvida Talita, também acho esse assunto muito interessante. Estratégia combinada com tática. Estratégia de garantir os lucros e reduzir os riscos, sempre acreditei nisso. O mais interessante é a tática que veio na tabela e que pode ser modificada e utilizada de inúmeras formas visando o mesmo objetivo.
Concordo com o parcelamento das vendas, mas discordo dos percentuais. Vender 70% antes da colheita é algo extremamente agressivo, uma vez que sua previsão de safra pode se alterar em até 50% no volume final. Você corre o risco de vender algo que nem venha a existir. Acho que vender no máximo 30% antes da colheita, 30% na colheita e 30% no segundo semestre, seria algo mais razoável!
Pode ser que o intervalo de 10 anos analisados (Estudo do Rabobank mostra que a boa estratégia de comercialização da soja tem que focar em margem e redução de risco) tenha mesmo esse resultado, mas se pegarmos toda a historia da soja desde 1973, quando passou a estabelecer um roteiro histórico, essa estratégia perde de goleada. Ademais, os mercados agrícolas são hostis e voláteis, com grande variabilidade de preços. Análises indicadas (e mais usadas) são por anos análogos.