Menor disponibilidade de trigo no mercado interno estimula alta de 11% nos preços em relação ao ano passado
Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, destacou ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira (30) que o momento atual dos preços no mercado de trigo é de melhora nas cotações, até 11% mais elevadas do que no ano passado, já que a produção total brasileira despencou para 4,3 milhões de toneladas em função das questões climáticas e, consequentemente, a oferta interna vem menor este ano.
O país atingiu também seu segundo maior volume de importação, com 7,5 milhões de toneladas. Desta forma, o trigo até tipo 3, que é á grande parcela da produção, é demandado para a mistura com o trigo de qualidade superior proveniente da Argentina.
Contudo, os próximos meses trazem o início da comercialização física da safra de verão, de forma que a logística e os produtores estarão voltados para essa atividade. Prevendo este movimento, os moinhos já se encontram comprados, saindo do mercado até o momento em que essa situação se dissipar.
Dessa forma, Bento avalia que "no curto prazo, não tem o porquê de os preços subirem mais ainda". O trigo argentino deve entrar com preços mais agressivos, já que há mais de 10 milhões de toneladas excedentes no país para serem escoadas.
Para os brasileiros, o analista aponta que o dólar, frente a um ano eleitoral, pode trazer novos cenários para o mercado de trigo, de forma que este movimento, bem como o período da safra de verão, devem ser levados em conta na hora da comercialização.