Colheita de trigo no RS encerra com perda significativa de produção e qualidade, mas preços do grão tem reação tímida até agora

Publicado em 20/11/2017 12:12
Do início da colheita até o momento, reação de 20 reais por tonelada, apesar de perdas importantes na oferta gaucha
Confira a entrevista com Marcelo De Baco - Corretor de Mercado De Baco Corretora de Mercadorias

Podcast

Colheita de trigo no RS encerra com perda significativa de produção e qualidade, mas preços do grão tem reação tímida até agora

 

Download

A colheita do trigo está chegando ao final no Rio Grande do Sul. Contudo, o excesso de chuvas deixou suas marcas e a expectativa é de que esta safra seja marcada por diversos comprometimentos para o cereal.

Marcelo De Baco, analista de mercado da De Baco Corretora de Mercadorias, destaca que a safra deve diminuir de uma estimativa inicial de 2.200.000 toneladas para cerca de 1.200.000 toneladas. Essa perda significativa não se reflete apenas em números, mas também na qualidade obtida, conforme informam os elos da cadeia de comercialização.

A concorrência com o milho para esta safra também se torna mais difícil, uma vez que o preço do trigo se encontra mais elevado e há grandes estoques de seu cereal concorrente no mercado de rações.

De Baco acrescenta também que 50% do trigo que é moído no Brasil vira pão, enfrentando uma menor demanda por parte da população, que está com o poder aquisitivo enfraquecido.

Os preços, por sua vez, giram em torno de R$600 a R$610 a tonelada, justamente para que os moinhos consigam competir e atender a essa demanda reprimida. O valor já melhorou em relação ao início da safra, mas tendo em vista uma safra debilitada, os preços não são remuneradores aos produtores.

O estoque mundial continua grande e, a menos que haja alguma intempérie climática nos países que cultivam agora sua safra de inverno, não há uma expectativa para melhora nos preços. Também são imprecisas as informações vindas da Argentina, que, até então, estima uma safra próxima das 20 milhões de toneladas.

O analista visualiza que já houve uma boa redução de área no Rio Grande do Sul nos últimos anos. Assim, para aqueles produtores que desejam ou precisam continuar apostando no cereal, o momento é de "acreditar na agricultura" e esperar um resultado financeiro em algum momento.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
undefined