Cotação do trigo recua 10% em relação ao mês passado e fica abaixo do preço mínimo, pressionada pela entrada da nova safra

Publicado em 03/10/2017 14:45
Confira a entrevista com Élcio Bento - Analista da Safras & Mercado
Cenário internacional é positivo para os preços do trigo, mas movimento pode demorar para repercutir nos preços internos

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Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, destaca que os preços do trigo estão em queda no mercado interno - o Paraná tem uma queda próxima de 10% em relação ao mês passado.

Se os olhos forem voltados para a colheita, mais de 70% da área foi colhida no Paraná e a colheita no Rio Grande do Sul começa a se desenhar. Esta, entretanto, não deve ser uma safra cheia, com 5,5 milhões de toneladas estimadas a nível país.

A paridade com a Argentina garantiria preços acima dos atuais, em torno de R$605 a R$610 a tonelada para chegar ao mesmo preço que chega o argentino na capital paulistana. Contudo, o trigo do Mercosul está muito abaixo do trigo norte-americano: se fosse realizada uma paridade com os preços dos Estados Unidos, o trigo poderia ser vendido a R$960 reais.

Os estoques globais são os maiores da história, correspondente a 36% do consumo mundial. Quando se tem muito trigo no mundo, a força para recuperação dos preços seria muito baixa. Entretanto, Estados Unidos e Austrália precisaram reduzir sua participação, mas a Rússia compensa esse déficit com uma produção maior.

Enquanto isso, a China concentra 127 milhões de toneladas em estoques, sendo que o consumo chinês é de 116 milhões de toneladas, o que poderia fazer com que a China não importasse.

De forma geral, a sinalização é de alta, mas ela só não vem de forma mais intensa por conta da Rússia. Porém, esse repasse para o Brasil vem de forma mais segmentada.

O preço mínimo estipulado pelo Governo Federal é de R$620 e o produtor paranaense consegue R$580 pela tonelada neste momento. Haverá uma liberação de R$100 milhões para auxiliar na comercialização do trigo e do arroz, o que colocaria um prêmio de R$150 sobre os preços. Este valor seria suficiente para escoar 12% da safra brasileira.

Bento aconselha os produtores a realizarem escalonamento neste momento, procurando alongar ao máximo as vendas, já que existe uma indicação de preços mais firmes no mercado global.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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