Com clima irregular, rendimento das lavouras de trigo pode ser menor nesta safra em Carazinho (RS)

Publicado em 17/08/2017 11:15
Área destinada ao cultivo do trigo foi menor nesta temporada devido à queda nos preços. Atualmente, saca é cotada a R$ 33,50, mas não cobre os custos de produção. Para a safra de verão, compras estão mais lentas em função da instabilidade cambial. Rentabilidade é uma preocupação dos agricultores para a próxima safra. Parte da produção de soja da safra anterior ainda precisa ser negociada.

Paulo Vargas, presidente do Sindicato Rural de Carazinho (RS), destaca que as lavouras de trigo tiveram uma redução de área na região. A rentabilidade é baixa e ele aponta para a falta de programas de incentivo ao produtor do cereal.

Este ano, houveram alguns problemas no início da safra com desuniformidade nas lavouras. Antes do plantio, choveu mais de 400mm e, depois, a região passou por um período de seca, fatores que colaboraram para reduzir o potencial de produtividade.

Os produtores plantaram dentro da janela ideal, mas houveram muitos fatores irregulares na lavoura em função do clima. Além de todos esses fatores, doenças como a ferrugem, as manchas foliares e o ídio apareceram na região, o que leva a um maior controle químico por parte dos produtores neste momento.

Em virtude dos preços baixos na época de colheita e os gastos que os produtores possuem, este problema deve influenciar diretamente na rentabilidade final.

O trigo da safra passada está por volta dos R$33,50 a saca, mas este é um preço de entressafra. No momento em que os produtores entrarem para colher, este preço deve cair. Entretanto, os produtores têm que conseguir uma produtividade máxima para conseguir obter lucro com a faixa de preços vigente.

Ele salienta a necessidade de uma política direcionada os produtores de trigo que garanta a segurança na colheita e no pós-colheita, com rentabilidade no final.

Dentre os que não plantaram trigo, alguns produtores optaram pela terminação de gado ou, então, pela cobertura do solo com aveia.

Safra de verão

Este deve ser mais um ano de redução na área de milho em função dos altos custos de sementes e adubos. "Os produtores optam por plantar uma cultura mais fácil e mais tranquila, que é a soja", diz Vargas.

A instabilidade cambial, segundo ele, tem deixado os produtores mais cautelosos, mas ele afirma que o fundamental é realizar contas para determinar a necessidade de adquirir maquinários e outros equipamentos. "Não adianta fazer compra muito grande que não vai conseguir cumprir daqui para a frente", aconselha.

Houveram poucas negociações futuras em função dos preços baixos, que devem trazer mais problemas para a frente com os preços internacionais em queda.

Neste momento, a soja disponível está por volta de R$62 a R$63 reais na região, dependendo do esquema de frete.

Por: Fernanda Custódio e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
undefined