Geadas ocasionam perdas nas lavouras de trigo no Paraná
As geadas registradas na semana anterior ocasionaram perdas na produção de trigo no estado do Paraná. Para essa temporada, a projeção oficial do Deral (Departamento de Economia rural) era de uma safra de 3 milhões de toneladas. Porém, após a ocorrência do evento climático a perspectiva é que o número fique abaixo da estimativa inicial.
O engenheiro agrônomo da entidade, Carlos Hugo Godinho, destaca que as regiões mais atingidas foram o Oeste, Sudoeste e a localidade Central do estado. “Temos vários casos de produtores que irão perder a sua produção na integralidade e temos que analisar o quanto isso vai abranger na região para ter certeza das perdas no estado”, completa.
Grande parte das plantações estava em fase de alongamento e até enchimento de grãos. No momento, os técnicos do Deral estão nos campos e contabilizam os prejuízos aos produtores rurais. Um novo levantamento deverá ser reportado em breve pela entidade.
Em relação ao seguro, o engenheiro agrônomo reforça que as lavouras financiadas pelo Governo possuem a proteção por se tratar de uma das exigências. Porém, muitos produtores realizam a semeadura com recurso próprio e, dessa forma, fica descoberto, uma vez que o seguro tem custo elevado, ainda na visão do especialista.
Safra 2017
Em comparação com a safra passada, os produtores reduziram 10% da área semeada com a cultura no estado. E, um dos fatores que mais pesou na decisão do produtor rural foi o preço do trigo. Nesse instante, a saca é cotada a R$ 36,00 e não cobre os custos de produção.
“Mas temos uma situação bastante semelhante no Paraguai, com a geada, e na Argentina tivemos problemas com excesso e falta de chuvas, o que pode refletir na área plantada. Esse cenário, se confirmado, pode elevar os preços recebidos pelos produtores brasileiros”, sinaliza Godinho.
Clima segue em foco
Ainda assim, o clima permanece no radar dos produtores. Isso porque, cerca de 50% das lavouras de trigo ainda está em fase de desenvolvimento vegetativo e deverá passar pela fase mais crítica para perdas com geadas. “Então, ainda temos um grande risco associado. E temos efeitos climáticos não tão favoráveis como falta de chuvas de mais de 40 dias em algumas regiões”, relata o engenheiro agrônomo.