Trigo registra alta de 7% no PR e 5% no RS no último mês, mas desempenho ainda é inferior ao do mercado internacional

Publicado em 04/07/2017 10:27
Confira a entrevista com Gabriel Ferreira - Analista Afnews
Tendência é de início de colheita com novos patamares de preços e sem pressão do produto Argentino, que poderá ser direcionado para outros mercados, diante da possível redução na oferta mundial

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O trigo encontra uma alta expressiva nas cotações em Chicago. A dúvida, agora, é saber se essa alta irá chegar aos preços no Brasil e na Argentina, que é o principal exportador do cereal para o país.

Gabriel Ferreira, analista da AF News, destaca que a área plantada veio bem abaixo do esperado e que há um problema sério na questão da qualidade das lavouras de trigo primavera. Esses fatores, somados a um clima seco e a temperaturas acima do normal têm afetado diretamente as cotações. O trigo primavera não é demandado para o Brasil, mas afeta diretamente o trigo hard ao atingir as máximas em quatro anos em Minneapolis.

O trigo no Paraná teve uma valorização de 7,3% no mês, a R$33,81 a saca e no Rio Grande do Sul, valorização de 5,3%, a R$31,72. Portanto, houve algum efeito, mas atentuado por outros fatores. Estes valores dizem respeito ao trigo da safra antiga, não atingindo os preços da safra futura ainda. O momento da colheita poderá trazer uma demanda maior pelo trigo nacional, com oportunidade de custos mais baixos.

Para que haja uma valorização do trigo argentino, o Brasil deve competir com outros destinos para o recebimento do produto. Com a alta nos Estados Unidos, outros países podem voltar os olhos para a Argentina. Entretanto, a colheita no país vizinho se inicia apenas em dezembro, dando a oportunidade para os moinhos brasileiros se voltarem ao trigo nacional.

O Brasil vem de um cenário de safra boa com estoques confortáveis que amenizam essa alta externa. Houve, ainda, uma redução de área plantada no país de cerca de 9%, com plantio abaixo dos 2 milhões de hectares. A safra paranaense teve negociação antecipada em 5%, o que não é tão comum. Isso aponta que o presente cenário vem sendo visualizado pelos moinhos, embora o preço da farinha venha andando de lado desde o mês de março.

Essa expectativa se arrasta até a entressafra argentina. No primeiro semestre de 2018, pode haver uma situação de superoferta. Com isso, os produtores devem ficar atentos à sazonalidade dos preços do cereal.

 

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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