2ª safra de milho cresce no Maranhão para suprir demanda do Nordeste

Publicado em 19/05/2017 17:14
Confira a entrevista de Valdemir Rossetto - Produtor Rural de Balsas - MA e Proprietário da Produtécnica Nordeste

O Notícias Agrícolas esteve na região de Balsas, no sul do estado do Maranhão, destacando as características que atrairam os produtores pioneiros para esta região, como os preços baratos das terras, a proximidade do Porto de Itaqui e as chuvas - o período chuvoso dura de 6 a 7 meses, mas só se fazia uma safra. A luta, agora, é realizar duas safras por ano.

O produtor rural Valdemir Rossetto, proprietário da Produtécnica Nordeste, destaca que, para fazer isso, é necessário uma genética de períodos mais curtos. Por meio da parceria com alguns fornecedores que já possuíam o germoplasma, foi possível levar à região materiais com produção em torno de 100 a 105 dias. Com isso, foram levadas cultivares de milho que estariam pendoando e começando o processo de enchimento de grãos em 45 dias.

Com isso, a soja é colhida até o dia 10 de março. Tendo isso, foi iniciado um projeto piloto chamado "Sustentabilidade do Cerrado" que, hoje, abrange de 120 a 140 mil hectares de área, depois de começar com 5 a 6 mil hectares de área. Assim, toda essa área faz a segunda safra, que oferece um fornecimento de mercado de milho para o mercado interno e também para o mercado externo. Com isso, a fertilização do solo é melhorada, ao mesmo tempo em que aumenta o potencial produtivo. A expectativa é que esse projeto chegue a atingir 240 mil hectares.

Conforme a semente de milho, de média ou alta produtividade, os produtores trabalham em torno de 42 a 45 sacas por hectare de custo e uma média histórica de produção em torno de 100 sacas por hectare. O preço do Maranhão é diferenciado, uma vez que há um mercado demandador, que é o Nordeste. Os produtores conseguem vender o milho a R$22 a R$24, enquanto o Mato Grosso vende a R$16.

No momento em que os solos forem corrigidos, mais áreas poderão realizar esses dois plantios. No ano passado, a região passou por uma seca e a alternativa passou a ser a água do subsolo puxada pelos pivôs centrais. De acordo com Rossetto, tem muita gente pensando nisso e pedindo licença para utilizar água de barramento, além da alternativa de realizar poços. Isso poderia aumentar o potencial produtivo, mas o fundamental seria que os produtores tivessem a parte legal, de licenciamento, facilitado.

Ele conta que ainda existe muita terra na região, mas que existem também áreas manchadas na região, que podem ser compensadas com uma boa correção de solo e uma boa cobertura, além de pensar em planta de solo com sistema radicular.

Para aconselhar os produtores, Rossetto destaca: "Nós somos passageiros aqui. Nós viemos aqui e temos que dar nossa contribuição pelo período que a gente está aqui e está produzindo. E o que eu digo para todos os nossos parceiros e amigos nossos: preserve o seu solo e cuide do seu solo. Nós temos que deixar para os nossos sucessores uma ideia de negócio na qual você produz um solo e deixa ele enriquecido".

Para ele, o objetivo é conseguir obter, ainda, 6000kg de soja por hectare e 9000kg de milho por hectare. "Segurando o mesmo custo e aumentando a produtividade com o potencial produtivo das plantas", conclui.

Tags:

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
undefined