Lições da vitória de Trump para libertar o trigo do Brasil

Publicado em 10/11/2016 11:38
João Batista volta aos trigais de Guarapuava e vê alta produtividade, mas sem mercado
João Batista Olivi - João Batista volta aos trigais de Guarapuava e vê alta produtividade, mas sem mercado

De volta aos campos de trigo na cidade de Guarapuava, no estado do Paraná, o jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, faz uma reflexão sobre os caminhos que o trigo brasileiro pode tomar a partir da vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

Ele aponta que as lições "liberalizantes" do presidente eleito também devem se refletir no cultivo do cereal, uma vez que o bom estado das lavouras é fruto de um trabalho árduo dos triticultores, que passaram por encalços no ano passado.

Na mesma época do ano, em 2015, o trigo não havia se formado direito na mesma lavoura visitada pelo jornalista. Além disso, as consequências da enfermidade da giberela e as amarras por parte do Governo Federal em exercício na ocasião fizeram com que os produtores perdessem o ânimo e reduzissem a área plantada em 20%.

Neste ano, no entanto, o clima ajudou e a produtividade aumentou mais de 20%. Os produtores colhem, em média, 80 sacas por hectare. No entanto, ele destaca que essa produção é prejudicada pelos baixos preços praticados no mercado, consequência de uma superoferta global e da logística brasileira.

O jornalista também critica o protecionismo criado pelo Mercosul. "Esse protecionismo faz com que a gente tenha que buscar trigo da Argentina e do Uruguai", aponta. Atualmente, o Brasil consome mais de 12 milhões de toneladas de trigo e produz apenas 6 milhões de toneladas. Segundo ele, falta apoio para o setor, que produz trigo de altíssima qualidade e também em qualidade melhoradora.

Os triticultores buscam ajuda do Governo para que seja cumprido o Pepro para o trigo, mas encontram entraves. "O Governo não tem mais dinheiro. A ruína tem seus custos e não tem mais dinheiro para garantir o preço mínimo", destaca João.

Ele ainda denuncia a situação do trigo nos portos brasileiros, que atualmente estão restritos a apenas dois navios que transportam, prioritariamente, minério de ferro e, "se sobrar espaço, leva o trigo nacional". Isso gera uma situação onde o trigo brasileiro enfrenta problemas de concorrência, pois o frete é bastante elevado.


Leia também o artigo de José Luiz Tejon : Pão líquido, sabe o que é? Cerveja! 

 

Imagens : Daniel Olivi 

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Por: João Batista Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas

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