Além de uma demanda fraca, o medo de que as cotações caiam ainda mais faz produtor aumentar oferta e perder controle dos preços
Neste momento, o feijão carioca está em queda. No estado de São Paulo, o preço pago está por volta dos R$180 a saca, a medida em que o mercado foi pressionado por um maior volume de vendas por parte do produtor.
De acordo com o analista Marcelo Lüders, da Correpar, como a demanda parou de crescer nas gôndolas do supermercado e o começo do mês não foi marcado por compras expressivas, os produtores começaram a tentar vender a vários compradores, o que gerou um sentimento psicológico no mercado de que há um volume maior de mercadoria a ser vendido.
No entanto, a real situação da oferta, hoje, é escassa. No interior de São Paulo, saem algumas sacas, mas a colheita sofre interrupções por conta do clima. No Mato Grosso, acabaram de ser colhidas cerca de 500 mil sacas. Em Goiás, os produtores estão fora do negócio e em Minas Gerais os negócios estão sendo feitos mais lentamente, para não derrubar o mercado.
O analista aconselha os produtores a conversarem entre si e passarem informações reais do mercado, para segurar a oferta e ter controle da situação dos preços. Ele lembra também que a produtividade foi baixa e o custo foi alto por conta de várias aplicações na lavoura, o que gera uma necessidade de um maior preço pago ao produtor.
Lüders conta que cerca de 700 produtores se organizam por WhatsApp para que o mercado busque uma estabilidade. Ele aponta essa como uma fonte confiável de informações para saber o que está acontecendo nas outras lavouras e destaca que a organização dos produtores é o que pode ajudar os negócios a crescerem.
A tendência é de que a balança de oferta e demanda se estabilize rapidamente.
Para o feijão preto, os negócios estão em torno de R$270 a saca, com demanda estável, apesar de diminuição no consumo em Minas Gerais. Para o feijão rajado, entre R$180 e R$200 a saca, enquanto para o feijão vermelho, R$200 a saca.