Em São João (PR), produtores finalizam a colheita da safrinha de milho e confirma quebra de 30%
Os produtores rurais estão finalizando a colheita do milho safrinha na região de São João (PR). E depois da estiagem e das geadas, a perda na produção poderá ficar acima dos 30% nessa temporada. A perspectiva para essa safra era de uma colheita próxima de 450 mil sacas do grão, porém, o número está próximo de 351 mil sacas.
Segundo explica o presidente do Sindicato Rural do município, Arceny Bocalon, os produtores que semearam o cereal em janeiro colheram uma produção melhor. “E também conseguiram vender parte do milho a R$ 48,00 a saca”, pondera. Ainda assim, o resultado da temporada pode ser considerado positivo, ainda na visão da liderança sindical.
Nessa temporada, muitos produtores estavam testando algumas variedades para consolidar a safrinha de milho. Isso porque, a partir do próximo ano, os produtores do Paraná não poderão mais semear a oleaginosa na segunda safra, apenas na safra de verão.
“Tivemos uma reunião no último dia 3 e iremos ainda debater o assunto. Na nossa região, ainda plantamos a soja em resteva de milho e só utilizamos 4 aplicações de fungicidas. Sabemos que a ferrugem asiática precisa ser combatida. Fizemos um documento que será levado a diante, mas acredito que poderiam ter feito um planejamento melhor”, afirma Bocalon.
Atualmente, a saca do cereal é cotada a R$ 38,50 a saca e os produtores rurais têm negociado o produto aos poucos. “O agricultor não precisa negociar tudo de uma só vez. Acreditamos que irá faltar milho e os preços poderão voltar a subir. Os produtores devem ter cautela nas negociações”, diz o presidente do sindicato.
Safrinha de soja
Na localidade, apenas 700 hectares foram semeados com a oleaginosa nesta temporada e o rendimento médio das áreas ficou próximo de 50 sacas por hectare. “E grande parte dos produtores aproveitaram para liquidar quando os preços ainda estão mais altos”, diz.
Trigo
Apesar da redução entre 30% até 40%, o clima tem contribuído para o bom desenvolvimento das lavouras de trigo na localidade. Em sua maioria, as plantações estão em fase de emborrachamento nesse momento. Os produtores estão atentos às previsões climáticas e a possibilidade de geadas.
“Em anos de La Niña conseguimos colher uma boa safra, pois o trigo não precisa de muita chuva. E, se escarpamos da geada poderemos colher uma safra boa e os preços também pode ser melhores. Diante da baixa disponibilidade do milho, o trigo de segunda e terceira qualidade foi destinado à fabricação de ração”, ressalta a liderança.
Nesse instante, a saca de trigo com Ph 78 é cotada a R$ 46,50. “É um bom preço, os produtores que colherem bem irão conseguir pagar os custos e sobrará uma pequena margem”, finaliza Bocalon.