Em Carazinho (RS), área cultivada com trigo tem queda de 25% nesta temporada
Na região de Carazinho (RS) a área destinada ao plantio do trigo registrou uma queda de 25% nesta temporada. A redução é decorrente das perdas observadas no ano anterior devido ao clima irregular e também da baixa disponibilidade de sementes para esse ciclo. E, nessa safra, as lavouras também já sofreram com a falta de chuvas logo após o plantio, o que resultou em um menor número de plantas por stand.
“Tivemos dificuldades na germinação das plantas, com isso, há lugares em que as plantações apresentam boas condições e outras não. Consequentemente, já temos um indicativo de produtividade menor, pois não há como recuperar essas áreas”, destaca o vice-presidente do Sindicato Rural do município, Paulo Vargas.
E o clima continua sendo observado pelos produtores rurais, uma vez que ainda há o indicativo de formação de La Niña para esse ano. “O que resulta em um clima instável na região, traz uma variabilidade climática dentro do dia, especialmente em relação às temperaturas. Às vezes, fica uma ou duas semanas sem chuvas e depois chove mais de 100 de uma só vez”, reforça a liderança sindical.
Com a formação do La Niña, os produtores também podem enfrentar as geadas tardias, que normalmente ocorrem no mês de setembro. E, nesse período, as lavouras do trigo estão, em sua maioria, na fase crítica, de enchimento de grãos. “Os produtores até fizeram seguros das áreas, mas não cobrem todos os gastos. Precisamos evoluir, precisamos de uma política de seguro de longo prazo”, afirma Vargas.
Preços
Já em relação aos preços, a saca do trigo dentro das cerealistas é cotada ao redor de R$ 41,00, porém, o valor da saca disponível está próximo de R$ 54,00. “Temos valores mais altos por conta da oferta restrita nesse momento. Mas ainda não temos perspectiva sobre o mercado, ainda iremos acompanhar o comportamento do dólar e também é preciso considerar que a Argentina retirou as tarifas para exportação do produto”, diz o vice-presidente.
Safra de verão
Os produtores rurais da região já se preparam para a próxima safra de verão. Inclusive, muitos já estão dessecando as áreas para iniciarem a semeadura do milho no final do mês de agosto. “Alguns produtores deverão voltar para o plantio do milho, pois precisam realizar a rotação de culturas para diminuir as pragas e doenças na soja. Porém, ainda é uma lavoura muito cara, especialmente as sementes”, acredita Vargas. Atualmente, a saca do milho é cotada ao redor de R$ 52,00 no mercado disponível.