Geada atinge lavouras de trigo no Oeste do Paraná e preocupa os produtores rurais
A geada registrada no início dessa semana no Oeste do Paraná atingiu a produção de trigo e pode limitar o potencial produtivo das plantas. As lavouras estavam, em sua maioria, em fase de alongamento, suscetível à ocorrência do evento climático. Por enquanto, ainda não há como quantificar as perdas aos produtores rurais.
“É difícil quantificar nesse momento, mas acreditamos que teremos uma redução pontual de produtividade nessas regiões. No sul do estado, nós também tivemos a ocorrência de geada, porém, as plantações ainda estão na fase de germinação ou perfilhamento, estágios não tão críticos à cultura”, destaca o engenheiro agrônomo do Deral (Departamento de Agricultura do Paraná), Carlos Hugo Godinho.
Em relação ao replantio, o agrônomo ressalta nessas regiões a medida está descartada, pois o cultivo mais tarde pode deixar as lavouras expostas a um clima quente mais adiante. “Claro que essa é uma opção do produtor rural, que deve avaliar a viabilidade do replantio”, completa.
Nessa safra, a área destinada ao cultivo do cereal registrou uma queda de 16%, com isso, a área semeada é de 1,13 milhão de hectares. Ainda segundo o Deral, a redução é motivada por fatores distintos, no Oeste e Norte do estado é devido à concorrência com milho, que estava com preços mais altos. E no Sul, em função das perdas registradas na safra passada.
Porém, a safra deverá ser levemente maior do que o registrado no ciclo anterior, de 3,4 milhões de toneladas. “Isso porque, com a recente reação nos preços, que estão mais remuneradores do que o observado no mesmo período do ano passado, acredito que isso motive o produtor a manter essa condição de tecnologia que já dispunha no passado. E é preciso ressaltar que temos um aumento de custos ao redor de 17% neste ciclo”, pondera Godinho.
Preços
Atualmente, os valores nominais estão próximos de R$ 45,00 a saca do trigo. No entanto, o agrônomo do Deral ainda explica que é um valor que cobre os custos variáveis. “O ideal seria uma remuneração maior, pois acaba sendo uma cultura de risco só para complementar a renda do produtor. E, eventualmente, pode até mesmo gerar algum prejuízo. E não sabemos como os preços irão se comportar mais adiante”, diz.