Clima contribui e plantio do trigo chega a 55% no Rio Grande do Sul
Até o momento, pouco mais de 55% da área projetada já foi semeada com o trigo no Rio Grande do Sul. E ao contrário das últimas duas temporadas, em que o excesso de chuvas dificultou a evolução dos trabalhos nos campos, os produtores têm conseguido avançar com a semeadura do cereal. Por enquanto, a perspectiva é de queda na área plantada com o grão, que deve ficar próxima de 850 mil hectares.
Segundo o presidente da Comissão de Trigo da Farsul (Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul), Hamilton Jardim, a queda na área também é decorrente da escassez de semente. “Em 2015, tivemos muito descarte de semente para atingir os padrões exigidos pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Alguns produtores chegaram a descartar até 70% do que foi colhido, o que acabou limitando o aumento na área dessa safra”, explica.
Apesar do limitante, os produtores investiram em alta tecnologia, buscando produtividade e qualidade até mesmo para fazer frente aos altos custos de produção, ainda de acordo com Jardim. “E temos uma perspectiva melhor de clima com a confirmação de La Niña, que resultaria em menor volume de chuvas ao longo da primavera nos meses de outubro e setembro, momento de definição da safra”, completa.
Já em relação aos preços, o presidente da comissão ainda reforça que nesse momento os valores estão elevados diante da baixa disponibilidade do milho no estado. Isso fez com que muitas empresas buscassem o trigo como uma substituição ao milho na fabricação de ração.
“A disponibilidade de trigo no estado é baixa e quem tem está valorizando o produto. Acreditamos que mais adiante, as cotações permaneçam próximas do valor mínimo, de R$ 38,65 a saca do trigo. A Argentina está aumentando a área destinada ao plantio do trigo em mais de 35% e podendo chegar até a 16 milhões de toneladas. Temos o Paraguai que também irá elevar a área cultivada e caso o clima contribua poderemos ter uma pressão nos preços também”, pondera Jardim.