Seca e geadas provocam perdas de 30% nas safras de milho e feijão em São João no sudoeste do Paraná

Publicado em 15/06/2016 11:37
Produtividade média do feijão carioca encerrou em 23 sacas por hectare contra uma expectativa inicial de se produzir 35 sacas. Colheita do milho começa bem, mas prejuízo se concentra nas lavouras plantadas a partir de fevereiro

A produção de milho safrinha de São João (PR) já tem perda estimada de 30% nesta temporada. A quebra na safra é decorrente do período seco, registrado ao longo do mês de abril e, das recentes geadas. As lavouras cultivadas em fevereiro são as mais afetadas e a produtividade média projetada em 90 sacas do grão por hectare não deverá ser alcançada na localidade.

Até o momento, pouco mais de 10% da área cultivada nesta safra foi colhida. O presidente do Sindicato Rural do município, Arceny Bocalon, ressalta que, nessa temporada, a área destinada ao cereal ficou em 4,5 mil hectares. E a previsão era de uma safra próxima de 420 mil sacas.

“Mas com a estiagem e as geadas recentes já temos perdas na safrinha de milho. Para o cereal semeado em fevereiro, a cana irá secar, o milho irá azedar e o sabugo vai apodrecer. Em resumo, não terá qualidade, é uma grande perda. Temos muitos produtores que já acionaram o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária)”, reforça a liderança sindical.

Paralelamente, Bocalon sinaliza que os preços do cereal já recuaram na região. Atualmente, a saca do milho é cotada a R$ 47,00 na localidade, porém, os valores já chegaram até a R$ 56,00/saca. “Temos poucos contratos antecipados. Então os produtores estão colhendo e aproveitando os valores ainda elevados. Apesar da perda na safra, são cotações razoáveis. No ano passado, estávamos plantando e vendendo o milho a R$ 20,00 a saca, valor que não cobria os custos de produção”, completa.

Feijão

Assim como no milho, as adversidades climáticas também reduziram a produtividade das lavouras de feijão em São João. O rendimento médio das plantações ficou próximo de 23 sacas por hectare, contra uma expectativa inicial de produção ao redor de 35 sacas do grão por hectare.

“Primeiramente, tivemos uma redução na área plantada com o feijão nesta safra. Como não tivemos incentivo para produzir, os agricultores diminuíram a área de 4 mil hectares para 1,1 mil hectares. A estiagem de abril atingiu as lavouras no momento de floração, com isso, muitas plantas abortaram as flores. Sem contar que, o feijão do tarde também foi afetado pela geada e perdeu a qualidade”, explica o presidente do sindicato.

Como consequência, os preços da saca do feijão subiram e, nesse momento, a saca do grão tipo 9 é cotada a R$ 400,00. “Mas muitos venderam a R$ 260,00 a saca, os agricultores não seguraram o produto. Na região, em torno de 80% da produção é de feijão carioca e o restante de feijão preto, que também sofreu com o clima. A produtividade do feijão preto foi ainda pior, próxima de 12 sacas por hectare e, muitas lavouras com perdas totais. O preço da saca do feijão preto está em R$ 200,00 na região”, destaca Bocalon.

Trigo

No trigo, os produtores estão finalizando o plantio na localidade. A perspectiva é de um recuo de 30% da área cultivada com o cereal nesta safra. “A falta de incentivo desestimulou os produtores e muitos acabaram investindo na semeadura da aveia”, diz o presidente do sindicato.

Por: Aleksander Horta/Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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