Arroz tem colheita concluída e quebra confirmada de 16% em relação a safra passada. Preços reagem, mas não remuneram produtor

Publicado em 02/06/2016 12:09
Demanda das indústrias melhora, com percepção de oferta curta e baixos estoques

A colheita do arroz no Rio Grande do Sul está finalizada e a quebra se confirmou em 16% neste ano. De acordo com dados da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Estado) o percentual corresponde a uma produção total de 7,3 milhões de toneladas na safra 2015/16.

Nesta temporada as lavouras foram atingidas severamente pelo clima e o prejuízo é equivalente a produção total da Argentina, segundo levantamento do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).

Com a baixa oferta, os preços do arroz sem casca no estado vem acumulando altas. De acordo com o informativo semanal do Cepea, o indicador ESALQ/SENAR-RS apresentou valorização pelo terceiro mês consecutivo, fechando a R$ 43,65/sc na terça-feira (31).

"Estamos vivendo preços historicamente muito bons e as cotações poderão bater a casa dos R$ 50,00/sc", destaca o presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles.

Além da queda na produção, Dornelles ressalta que os orizicultores estavam retraídos das vendas à espera de preços ainda maiores, chegando até mesmo a comprometer sua renda.

A princípio as indústrias internas também demonstraram resistência em elevar as cotações, "mas à medida que o mercado externo estava pagando o que os produtores pediam - dando força às exportações - os mercados domésticos resolveram adotar outra postura", explica.

Apesar da melhora nos preços, os custos médios da safra de arroz foram de R$ 6,71 mil por hectare plantado, o que representa uma alta de 17,8% em relação ao ano anterior. Na temporada anterior o custo de produção ficou em R$ 5,72 mil por hectare, que significou a necessidade de uma sacas de R$ 38,10 para cobrir os gastos, contra R$ 44,71/sc no período 2015/2016.

Entre os itens que mais pesaram no bolso do produtor estão à energia elétrica, com aumento de 47,4%; a aviação agrícola, consequência da alta dos combustíveis, com 35,5%; além do adubo com 24,4% e dos agroquímicos com 22%.

"Esse aumento no custo e dificuldade para aquisição de crédito, muitos produtores poderão deixar de plantar. Na próxima safra, a área cultivada no Rio Grande do Sul, certamente, será melhor, podendo cair de 1 milhão de hectares", alerta Dornelles.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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