O comprometimento da renda do produtor com os baixos resultados da última safra de soja é prioridade para nova diretoria da Aprosoja Brasil

Publicado em 01/04/2016 12:40
Nova Diretoria da Aprosoja Brasil assume em maio e fica à frente da entidade nos próximos dois anos

A Aprosoja Brasil elegeu nova diretoria que irá assumir a frente da Associação no biênio 2016/2018. A eleição ocorreu na quinta-feira (31) elegeu o representante da Aprosoja MT, Marcos da Rosa, como o novo presidente, juntamente com o vice- Bartolomeu Brás.

A diretoria eleita assumirá os trabalhos da Aprosoja a partir de maio, contando um a diretoria composta pelos representantes de todas as associações estaduais. Assim, o objetivo é trazer voz as demandas de cada região produtora.

Entre os desafios, Rosa ressalta as medidas que serão necessárias para amenizar os problemas com a quebra na safra 2015/16 de soja. O El Niño alterou as condições climáticas em todas as regiões produtores do país. Enquanto o sul recebeu volumes de chuva acima da média, o centro-norte sofreu com estiagens severas.

"Os custos dessa safra que acabamos de colher está pelo menos em R$ 2.500,00 por hectare na média nacional. Considerando a produtividade do Matopiba - que está em torno de 35 sc/ha - e uma média de R$ 60,00 a saca, o produtor teria R$ 1.800,00 o que dá um déficit considerável", ressalta o presidente eleito.

Segundo ele, nos municípios onde a renda bruta foi atingida em mais de 10% é possível decretar o estado de emergência. Neste ano aos menos duas cidades do Mato Grosso tomaram esse medida, sendo elas: Ipiranga do Norte e Sorriso.

Outra medida, que de acordo com Rosa, é fundamental para evitar prejuízos como esse é o seguro rural. Atualmente a política de seguro do país protege até 70% da produção, assim, é preciso de uma quebra acima de 30% para que o produtor seja indenizado.

"A proteção desse seguro cobre apenas os custos, mas é preciso ter também uma renda", ressalta Rosa.

Código Florestal

As Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI's) que tramitam no Superior Tribunal Federal contra dispositivos do novo Código Florestal, os considerando um retrocesso nos diretos previsto por lei, também são uma preocupação da nova diretoria da Aprosoja Brasil.

A questão ganhou um novo capítulo, depois que o o relator das Ações no Supremo, o ministro Luiz Fux convocou Audiência Pública para o dia 18 de abril para tratar da matéria.  As três primeiras foram ajuizadas pela Procuradoria Geral da República (PGR), e a última pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

"Precisamos nos organizar porque se esses dispositivos forem considerados inconstitucionais será um retrocesso para a agricultura brasileira", explica Rosa.

Lei de Cultivares

A Lei de Proteção de Cultivares (Nº 9.456/97) foi criada para organizar o mercado de variedades de sementes e mudas das diversas culturas e os direitos dos obtentores. Um dos principais benefícios dessa legislação é a liberdade que o produtor tem de comprar a semente (germoplasma), plantar e salvar uma parte delas para os plantios seguintes, independente do número de safras e tamanho da área. A Lei está sendo discutida novamente na Câmara dos Deputados, e, no entanto, uma das principais alterações propostas refere-se à semente salva.

Segundo Rosa, "o custo da semente hoje é muito representativo no custo de produção, e como associação precisamos resguardar os diretos dos produtores", destaca.

Biografia

Marcos da Rosa é natural de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Neto de produtor rural e tem propriedade no município de Canarana, ao Leste de Mato Grosso. Foi presidente do Sindicato Rural de Canarana por 10 anos, além de fazer parte da Diretoria da Federação da Agricultura do Mato Grosso (Famato) de 2002 a 2004.  Durante sua caminhada em busca de melhorias para o setor, atuou na fundação da Aprosoja Mato Grosso e desde então, há 11 anos, trabalha com as principais demandas da entidade estadual.

Representando também  a Aprosoja MT, Marcos da Rosa é vice-presidente da região leste e em 2016 assume a presidência da Aprosoja Brasil, por um período de dois anos.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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