Colheita do arroz avança no RS e já provoca queda nas cotações. Com alta de 17% no custo de produção, renda do produtor fica comprometida
A colheita do arroz no Rio Grande do Sul atingiu 10% da área nesta semana de acordo com levantamento da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural). Esse percentual corresponde um avanço de 6% em relação à semana anterior, mas ainda representa um atraso de 4% na comparação com o igual período de 2015.
A soma das dificuldades ocorridas desde o início do estabelecimento da cultura, como o excesso de chuvas no plantio e a menor luminosidade ocorrida em alguns momentos, influenciará nos resultados finais em relação à produtividade.
De acordo com o diretor comercial do IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz), Tiago Sarmento Barata, neste contexto, já é projetado uma quebra de 1,3 milhões de toneladas, totalizando uma produção de 7,4 milhões de toneladas.
"Neste ano apenas 60% da área foi plantada dentro da época recomendada, então isso diminui bastante o potencial produtivo", acrescenta Barata.
Com a redução na produção e estoques inicial baixo - cenário que também é observado nos demais países da América do Sul -, o quadro de oferta e demanda na safra 2015/16 ficou bastante ajustado, deve promove sustentação nos preços.
"A expectativa é sim de preços firmes ao longo do ano, passando essa truculência de entrada de safra, que normalmente ocorre uma desvalorização", explica Barata.
Exemplo neste comportamento é os indicadores do Cepea. O boletim divulgado nesta quarta-feira (09) trouxe a quinta queda consecutiva nos preços da saca de arroz em casca no Rio Grande do Sul. "Com a chegada de alguns lotes da safra 2015/16 ao mercado, parte das beneficiadoras tem reduzido os valores de compra, especialmente para o arroz “safra nova”; enquanto algumas adquirem lotes da temporada 2014/15", declara em nota.
Segundo o diretor, a preocupação neste ano não estará relacionada a preços, uma vez que o período de pressão deve ser curto. As atenções devem se voltar a partir dos próximos meses nos custos de produção para a próxima safra.
Neste ano aumentos na energia elétrica, mão de obra, insumos, entre outros, geraram um incremento de 16% no custo, se comparado a safra 2014/15.