Plantio de arroz atinge 26% da área estimada no RS mas está atrasado em relação à media do estado nos últimos anos que seria de 45% a 50%

O plantio de arroz no Rio Grande do Sul está atrasado em função do grande volume de chuvas que atinge os estado no mês de novembro. Com apenas 26% da área total semeada, os trabalhos de campo estão em média 20% abaixo da média histórica, que é de 45% a 50% para este período.

Mesmo com um pequeno avanço no plantio na última semana, a chuva intensa registrada neste mês impede a evolução da semeadura. Segundo o diretor técnico do IRGA (Instituto Rio Grandense de Arroz), Maurício Fischer, muitas áreas estão alagadas e também prejudica os tratos culturais nas lavouras que já estão plantadas.

Dos 796.652 hectares que restam ser cultivados, a preocupação neste momento é conseguir realizar o plantio dentro da janela. "Para as cultivares de ciclo mais longo a época de semeadura já está quase passando e, depois temos as cultivares de ciclo médio que devem ser plantados a ser plantadas até o dia 10 de novembro para conseguirmos o máximo de produtividade", destaca Fischer.

As previsões climáticas indicam que ao longo desta semana, áreas de instabilidade irão manter o predomínio de nuvens e a ocorrência de chuva sobre o Rio Grande do Sul. As temperaturas ficam amenas ao longo da semana, com temperaturas mínimas entre 15 e 18 graus e máximas que podem chegar aos 30 graus na Fronteira Oeste, segundo a Climatempo.

Com a presença do El Niño nesta safra a região sul do país tem recebido grandes volumes de chuvas no segundo semestre deste ano. Em novembro, por exemplo, foram poucas as janelas que permitiram algum plantio de arroz.

"Nós imaginamos que toda a área será cultivada, mas não no período ideal para melhores produtividades. E também essa situação começa a atrasar alguns tratos culturais como controle de plantas invasoras e aplicação de fertilizantes", ressalta o diretor.

Inicialmente a expectativa era de uma produção de 8 milhões de toneladas, já abaixo das 8,6 milhões de t cultivadas na safra 2014/15, e com o incidência das chuvas podemos ter uma redução significativa de produtividade.

Segundo Fischer, já há registro de 130 mil hectares inundados. A Planície Costeira Externa e Depressão Central são as regiões mais atrasadas no plantio, com 9,59% e 10,49% respectivamente.