Chuvas provocam danos nas culturas de trigo e milho no RS e mercado fica sem referência para os preços pela falta de estimativas sobre os prejuízos

Publicado em 09/10/2015 13:12
Chuvas provocam danos nas culturas de trigo e milho no Rio Grande do Sul e mercado fica sem referência para os preços pela falta de estimativas sobre os prejuízos

A chuva que atinge o Estado do Rio Grande do Sul desde terça-feira (06) tem prejudicado as lavouras de milho e trigo. Grande quantidade de raios e até granizo foram registradas sobre o estado.

Em quatro cidades gaúchas, as chuvas registradas nas últimas 48 horas já ultrapassaram os 200 milímetros. Com maior volume em Santa Maria, com 228 milímetros, Alegrete (210 mm), São Gabriel (209 mm) e Santiago (203 mm).  O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) manteve o alerta de chuvas intensas para os próximos dias para todo o estado.

Segundo o corretor de mercadoria da De Baco Corretora de Mercadorias, Marcelo De Baco, em algumas regiões a forte chuva e o granizo causaram danos irreversíveis nas lavouras de trigo que, em alguns casos, já estavam prontas para a colheita.

"Agora temos que esperar o efeito da chuva no restante das lavouras que não foram atingidas por pedras, para ver qual o resultado da qualidade desse trigo para a próxima colheita", explica De Baco.

Os trabalhos de campo estão interrompidos há dias sem a possibilidade de colher o trigo ou avançar o com plantio do milho de verão. Até o último levantamento da Emater cerca de 5% da área semeada com o trigo havia sido colhida, "mas o maior risco é que temos 90% das lavouras em três fases bem críticas: floração, enchimento de grão e madura", destaca o analista.

A perda na produtividade e na qualidade do cereal já preocupa muitos produtores. Nesta semana, uma nova frente fria avança pela região Sul, o que deve continuar interrompendo os trabalhos de campo. Além disso, a combinação de chuva e temperatura alta favorece o aparecimento de doenças fungicas.

"Até o dia 15 devemos ter temperaturas altas, principalmente no norte e noroeste do estado, e chuvas acima dos 30 mm nessas localidades", afirma De Baco ressaltando que os produtores necessitam de tempo aberto e vento para realizar a secagem de grão e possibilitar o retorno da colheita.

Com as incertezas na produção, demanda e questões econômicas, o mercado físico opera sem referência para os preços em função da falta de estimativas sobre os prejuízos. Na região a tonelada do trigo é negociada a R$ 600,00 para safra nova.

Milho

A chuva intensa aliada à presença de granizo também causaram perdas irreversíveis na cultura do milho. Segundo De Baco as plantas, que possuem em média 60 dias, foram 'destruídas' e precisarão ser replantadas.

De acordo com a Defesa Civil as principais cidades atingidas pelos temporais são Alegrete, Cachoeira do Sul, Campestre da Serra, Candiota, Faxinal do Soturno, Itaara, Itaqui, Jaguari, Jóia, Mata, Mato Leão, Nova Palma, Quaraí, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santiago, São Gabriel, Sinimbu e Vacaria.  

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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