Em Carazinho (RS), chuvas acumulam 130 mm nas últimas 24 horas e deixa produtores preocupados
Nas últimas 24 horas, as chuvas acumuladas ultrapassam os 130 mm na região de Carazinho (RS). E, por enquanto, as previsões climáticas indicam a continuidade das precipitações até a próxima semana. A localidade de Santa Maria é uma das mais afetadas no estado e, somente nesta quinta-feira, registou chuva ao redor de 181 mm, segundo maior volume observado em todo o mundo. A cidade ficou atrás apenas de Bangladesh, na Ásia, com 256 mm.
O vice-presidente do sindicato rural de Carazinho, Paulo Vargas, ressalta que há uma preocupação com a lixiviação do solo, que é a perda de nutrientes por meio de chuvas torrenciais. Além disso, as precipitações nas lavouras de trigo, que estão em fase de enchimento de grãos, podem resultar em uma queda na produtividade das plantações.
“As lavouras que sobreviveram às geadas, agora sobrevivem às chuvas. Tivemos problemas com manchas foliares e giberela. Inclusive, em algumas localidades temos relatos de acamamento devido aos temporais. Por outro lado, a baixa luminosidade também pode comprometer o desenvolvimento da cultura. A colheita deve ter início no próximo mês”, explica Vargas.
Das áreas afetadas, o vice-presidente ainda pondera que são poucos os produtores que têm seguro. “Nesse momento, os agricultores aguardar que o tempo melhore, olhar as lavouras junto os técnicos e acionar o seguro”, orienta.
No caso do milho, cerca de 10% das áreas tiveram que ser replantadas depois das recentes geadas. Muitas lavouras apresentam redução da população e há uma desuniformidade das plantações. E o excesso de chuvas pode carregar os nutrientes do solo, conforme sinaliza o vice-presidente. Um levantamento será realizado nos próximos 10 a 15 dias.
“Nessa temporada, os produtores reduziram expressivamente a área destinada ao cereal na nossa região. Isso por conta dos preços menos atrativos e dos insumos. E os produtores que cultivaram o grão ainda enfrentam problemas com o aparecimento da lagarta do cartucho nesse momento”, afirma o vice-presidente.
Já na cultura da soja, os agricultores ainda iniciam os trabalhos de campo na localidade, que não ultrapassa os 5%. “Nossa melhor janela acontece entre os dias 15 de outubro até o final de novembro”, relata.