Soja: Mercado inicia semana com boas altas na CBOT; às véspera do início do plantio no Brasil, boas expectativas

Publicado em 14/09/2015 09:32
Soja e milho iniciam semana com boas altas na Bolsa de Chicago e, para consultor, cenário é reflexo de um quadro mais ajustado de oferta e demanda. Estoques finais da oleaginosa são baixos nos EUA, de acordo com os últimos números do USDA, e consumo mundial ainda é forte crescente. Vendedores, porém, seguem retraídos, e no Brasil, esperam por uma direção melhor definida do dólar.

Os futuros da soja e milho cotados na Bolsa de Chicago iniciam a semana em campo positivo refletindo principalmente os dados divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que apontam forte queda nos estoques mundiais dos grãos.

De acordo com levantamento do USDA os estoques finais globais de soja ficaram em 84,98 milhões de toneladas, contra 86,88 milhões do boletim de agosto. Já os estoques finais da safra velha, que também vieram menores, passaram de 80,57 milhões para 78,73 milhões de toneladas.

Segundo o analista de mercado Vlamir Brandalizze, essa redução nos estoques confirma a forte demanda mundial pelo grão. "Nos últimos anos a demanda de soja não passou por queda, estamos em uma fase de evolução de demanda, e vamos passar muitos anos com essa demanda crescente", ressalta o analista.

Mesmo diante das novas projeções negativas sobre a economia da China - baixa no mercado acionário e o crescimento do país ficando abaixo das expectativas -, o mercado opera em alta na sessão desta segunda-feira (14).

Dessa forma, as expectativas de que o enfraquecimento da economia chinesa pudesse afetar a demanda mundial por soja não se confirmaram, já que "no relatório de exportações da safra nova o USDA apontou mais de 1 milhão de toneladas exportados para China na semana do dia três", explica Vlamir.

As exportações brasileiras de soja também reforça o aquecimento da demanda. Em menos de nove meses já foram embarcados quase 46 milhões de toneladas, superando o total exportado em 2014. De acordo com o analista, "neste ritmo nós devemos passar dos 50 milhões de toneladas no grão, e no caso do complexo soja devemos bater recorde de exportação, o que vai enxugar o mercado".

Milho

O mercado do milho também opera refletindo os últimos números reportados pelo USDA em seu último boletim de oferta e demanda. Os estoques foram revisados para baixo, passando de 43,53 milhões para 40,44 milhões de toneladas.

Além disso, segundo Brandalizze "os produtores americanos não estão participando do mercado", apenas 25% da produção foi comercializada, quando neste período a média histórica é de 40%.

Fora essa retração de oferta nos Estados Unidos, o mercado operar bastante ajustado, haja vista que a produção da Europa e da Ásia apresentou problemas por causa do El Niño.

Juros EUA

Um fator que pode pressionar as commodities nas próximas semanas é uma possível elevação nas taxas de juros dos Estados Unidos. Na próxima semana ocorre uma das mais importantes reuniões do Federal Reserve (FED) que deve definir a elevação dos juros.

Ainda assim, para Brandalizze esse reflexo será "no período de um a dois dias, apenas uma fase de acomodação, mas que acaba limitando os avanços que poderiam ocorrer tanto na soja, quanto no milho", explica.

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Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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