Apesar da queda nos preços internacionais, trigo no mercado interno garante renda ao produtor mas tem alta limitada pela demanda fraca
Pressionados por ampla oferta e fraca demanda para as exportações dos EUA, os futuros do trigo na bolsa de Chicago (CBOT) cairam para mínima de cinco anos na quinta-feira (03). E nesta sexta os contratos futuros operam com leve recuperação no pregão.
Segundo Marcelo De Baco, correto da De Baco corretora de mercadorias, essa pressão sobre os preços é observado a alguns meses por conta da grande oferta mundial, capaz "de abastecer praticamente três meses todo o mundo", ressalta o corretor.
Para ele durante as próximas duas safras as chances de recuperação de preços são pequenas, haja vista que além do amplo estoque mundial, ainda há uma grande produção do grão em todo o mundo que deve inundar o mercado.
Aliado a esse fator, a demanda de muitos países tem sido reprimida pela crise mundial e, esse preço menor no mercado internacional deve ser um grande concorrente do produto interno. "Hoje o preço em reais é compensado pelo dólar, e nos podemos encontrar um equilíbrio acima dos R$ 600,00/t, levando em considera também a qualidade do produto brasileiro" avalia De Baco.
A chegada da oferta nacional no mercado possivelmente também pressionará os preços, e com o alto custo de armazenagem do grão, o corretor considera que pode não vantajoso ficar com o trigo, haja vista que o único país com oferta nova do produto neste período é o Brasil.