Colheita do trigo inicia no PR e expectativa de safra cheia limita movimento de alta, mesmo com cotações descoladas da paridade de exportação

Publicado em 18/08/2015 12:50
Colheita do trigo inicia no PR e expectativa de safra cheia limita movimento de alta, mesmo com cotações descoladas da paridade de exportação

A expectativa de uma safra menor neste ano que já pudesse impulsionar os preços no mercado interno não está se confirmando com a realidade do inicio da colheita.

No Paraná dos 1.320.528 hectares cultivados nesta temporada, 13 mil hectares - o equivalente a 1% da área total - foi colhido na última semana e apenas 2% são considerados em más condições.

Segundo o analista da Safras & Mercados, Élcio Bento, neste início de colheita o mercado ainda trabalha com uma safra recorde de 7 milhões de toneladas, impedindo que os preços se recuperem. Essa retração ocorre por conta das indústrias que estão abastecidas e com baixa necessidade de compra por causa da dificuldade de repassar o preço a farinha.

Diante desse cenário, Bento considera que a força para a recuperação das cotações "virá de fora, pois o dólar está blindando o mercado interno dessa queda internacional e encarecendo o custo da importação", avalia.

A média de preço no Estado do Paraná está em R$ 660,00 a tonelada e um trigo de melhor qualidade na faixa de R$ 700,00/t. No entanto esses valores deveriam estar em torno de R$ 900,00/t se levado em consideração à cotação no mercado internacional.

A possível reação nos preços deve ocorrer na entressafra, ou até mesmo no período de colheita, caso as condições climáticas sejam adversas. Além disso, a produção de trigo do Mercosul nesta temporada também deve ser menor.

No último levantamento a safra Argentina foi estimada em 9,5 milhões, contra 11,7 milhões no ano passado, "assim o saldo exportável que em 2014 foi de 5 milhões recuaria para 3,4 milhões, e em todo o Mercosul o saldo seria de 4,87 milhões, com a necessidade brasileira de 5 milhões", explica Bento.

Sendo assim, o analista considera que neste ano comercial o mercado deve trabalhar com preços acima do registrado no último ano.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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