Safra de trigo em Toledo-PR foi comprometida pela chuva e grão está sem qualidade. Já o milho encerrou com média de 115 scs/ha

Publicado em 17/08/2015 12:15
Safra de trigo em Toledo-PR foi comprometida pelo excesso de chuva e primeiras lavouras estão sem qualidade. Já o milho encerrou com média de 115 scs/ha


Em Toledo (PR), a safra de trigo foi comprometida devido as constantes chuvas. A qualidade do grão está péssima e toda a produção foi danificada. Portando, a previsão é de produtividade ruim para os produtores da região.

Segundo Nelson Paludo, presidente do sindicato, no início o arranque da colheita caminhou bem, mas após as constantes chuvas as plantas foram danificadas e toda a cadeia de produção foi afetada. “Não tivemos nem chance de aplicar os fungicidas no tempo certo, devido à quantidade de chuva. Os produtores que financiaram a colheita estão acionando o PROAGRO para serem ressarcidos do prejuízo”, conta.

Ainda segundo ele, a cultura do trigo na região de Toledo (PR), perdeu força por conta dos constantes problemas climáticos, bem como a dificuldade para a comercialização do trigo. “Temos um total de 4 mil hectares em todo o município – área relativamente pequena. Alguns agricultores ainda apostam no trigo para fazer a rotação de culturas sem suas lavouras, mas a tendência é que essa quantidade seja ainda menor nos próximos anos”, explica o presidente.

Diante desse cenário, diversos produtores vão colher o trigo para vender como ração de animais e não para produção de farinha de trigo. “Vão colher apenas para viabilizar o plantio da soja”, afirma Paludo.

Milho

Contrariamente, a safrinha ultrapassou as expectativas dos produtores da região. A colheita que já foi encerrada surpreendeu pela qualidade e produtividade devido ao clima favorável. “Fizemos um plantio de soja na época certa e consequentemente o milho safrinha também foi plantado na época ideal. Com isso, os grãos foram bem formados, a estrutura bem firmada e a cultura se desenvolveu positivamente”, conta o presidente.
 
Com isso, cerca de 50% da área foi colhida antes da chuva do mês de julho e a média da produtividade da região ficou em torno de 115 sacas por hectare, número acima dos anos anteriores. “Para um município que planta cerca de 64 mil hectares, essa produtividade é muito boa. A variedade está se adaptando melhor aos produtores e eles seguem dentro das recomendações dos nossos técnicos. Estão sendo assertivos nos fungicidas e também no período correto de aplicação para o combate de doenças”, revela o presidente.
 
No entanto, o custo de produção aumentou, uma vez que os agricultores estão investindo em mais tecnologia. Ainda segundo o presidente, o ideal seria que a saca estivesse sendo comercializada acima de R$ 23,00, porém o preço gira em torno de R$ 20,20 por saca. 
 
Em contrapartida, alguns agricultores fecharam contratos futuros em dezembro de 2014 e venderam a saca a R$ 23,30. “O que também contribuiu para o plantio da safrinha é que muitas empresas se juntaram e ofereceram um preço melhor no milho e com a compra de insumos o patamar ficou razoável”, destaca.
 
Exportações
 
Segundo Paludo, as exportações do milho seguem positivamente. A expectativa é que se leve mais milho para fora, afim de que não haja um excesso do produto no Brasil. “O dólar tem ajudado nesta questão e está cooperando com a agricultura em todo o território nacional. Com a moeda americana mais valorizada o nosso produto torna-se mais competitivo. O ideal é que os patamares se mantenham, porque certamente os insumos vão sofrer reajuste e vai dificultar para o produtor se houver muita variação de preços”, explica.
 
Safra de verão
 
Do mesmo modo, os agricultores seguem organizados e com quase todos os insumos adquiridos. “Eles chegam nas propriedades rurais e nas empresas, e o produtor retira na hora do plantio”, conta.
 
Com isso, a expectativa é positiva e pretendem iniciar o plantio no próximo dia 16 de setembro. “O clima deve ser favorável e isso vai colaborar para o produtor rural na hora da execução de todo trabalho”.
 
No entanto, segundo ele, não haverá incremento de área. Contrariamente, existe uma previsão de redução devido às construções aviárias. “Cada construção a mais, significa redução na área de plantio”, finaliza.


 

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Por: Aleksander Horta e Nandra Bites
Fonte: Notícias Agrícolas

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