Grãos: Mercado no Brasil ainda deve contar com o dólar acima dos R$ 3 compensando nova semana de volatilidade em Chicago

Publicado em 15/06/2015 11:25
Grãos: Mercado no Brasil ainda deve contar com o dólar acima dos R$ 3,00 compensando uma nova semana de volatilidade na Bolsa de Chicago, segundo analista. Foco segue voltado para o clima nos Meio-Oeste dos EUA, onde as condições para a soja e o milho ainda inspiram cuidados e atenção. O excesso de chuvas ainda se faz muito presente continua nos próximos dias.

O mercado de grãos abriu a semana em campo negativo na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja, por volta das 7h40 (horário de Brasília), perdiam entre 7 e 8 pontos. De acordo com a analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Ribeiro, mesmo com o excesso de chuvas no Corn Belt, o mercado ainda reflete o volume dos estoques de passagem divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na última semana.

Esses fundamentos têm influenciado as cotações a operar em queda, porém as condições climáticas também continuam no radar do mercado. "No final de semana ainda choveu bastante no meio-oeste e inspira alguns cuidados com relação à safra de milho - que já foi concluída - e também a soja, que está com o plantio atrasado em relação à média histórica", alerta Ribeiro.

Nessa segunda-feira (15), o USDA divulga o boletim semanal de acompanhamento de safra, que trará a atualização das condições das lavouras, e deve influenciar as cotações na CBOT. Além disso, os dados de embarques semanais também serão anunciados pelo USDA nesta segunda, e podem ter um peso positivo sobre as cotações da soja.

No mercado interno, o câmbio tem sido "o fator preponderante" para sustentação dos preços. No estado de Goiás os preços trabalham de R$ 17,00 a R$ 18,00 a saca, bem abaixo da expectativa dos produtores que é de R$ 20,00/saca. Segundo Ribeiro, "a demanda existe, mas a preços que não são atrativos para o produtor".

As cotações para vendas com a safra nova se mostram mais vantajosas, com preços em torno de R$ 70,00 a saca nos portos, por isso Ribeiro acredita que os produtores devem comercializar cerca de 40% a 50% da produção.

Com isso, poderemos ter um cenário de disputa de demanda com o mercado interno pagando melhor em alguns momentos no segundo semestre. "Se confirmando um bom volume de exportações, dado a condição do câmbio, poderá haver uma disputa entre mercado interno e externo, principalmente nos meses de novembro e dezembro", considera Ribeiro.

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Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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