Rações: Setor vê preocupação com dólar mais alto e a fragilidade da economia brasileira que inibe a demanda por proteína animal
Com recuo das cotações de soja e milho na BM&F o setor de ração também sente uma retração nos preços. O farelo de soja em maio, de acordo com indicador Cepea, está cotado a R$ 980,00 a tonelada, e o farelo de milho R$26,00 a saca de 60 kg.
No entanto, Ariovaldo Zani, vice-presidente do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal) afirma que mesmo com a baixa nas matérias primas, o pacote nutricional tecnológico da alimentação animal - como vitaminas e aminoácidos - são produtos importados que tem sentido a pressão do dólar.
Outro fator que colaborou com o desaquecimento do mercado foram as baixas registradas no setor de aves e suínos. Reflexo da crise econômica que vive o Brasil, o preço pago ao produtor não são satisfatórios, e eles precisam equalizar ainda a elevação nos custos de produção.
"No caso do frango a demanda desaquecida no varejo acaba pressionando o preço. O suíno vivo teve uma recuperação recente no varejo por conta do tempo que esfriou, a oferta está bem ajustada à demanda, então houve uma recuperação, mas ainda acumula prejuízos", afirma Zani.
Diante desse cenário, o setor de rações segue cauteloso aguardando novos direcionamentos do mercado e da economia, considerou Zani. Recentemente o governo federal divulgou um contingenciamento R$ 69,946 bilhões do Orçamento Geral da União como parte do esforço fiscal para equilibrar as contas públicas do país. O orçamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sofreu um corte de 37,8% (ou R$ 1.395 bilhão) e ficou somente com R$ 2.306 bilhões para cobrir os gastos de 2015.