Safra 2015/16: Custos de produção na região da Comigo devem subir 25% e falta de crédito para pré-custeio preocupa produtores
Publicado em 29/04/2015 10:31
Safra 2015/16: Custos de produção na região da Comigo, em Rio Verde/GO, devem ter alta de 25% na próxima temporada. Além do aumento, produtores têm seu planejamento comprometido por conta dos recursos limitados para o pré-custeio e, assim, compra de insumos está bastante atrasada. Relações de trocas também já não favoráveis. Preços da soja e do milho já têm quedas significativas na regiãp.
A falta de crédito pré-custeio tem prejudicado o planejamento da próxima safra no Goiás. Os produtores da região de Rio Verde sofreram consecutivas quebras nas safras anteriores e dependem da liberação de verba para adquirir os insumos necessários para a safra 2015/16.
Antônio Chavaglia, presidente da Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano), afirma que até o momento nenhuma instituição financeira liberou créditos de pré-custeio e, o governo federal não deu nenhuma sinalização - até o momento - de quanto será o plano safra e sua taxa de juros.
"Além dos custos de produção que serão alterados para a próxima safra, a falta de crédito traz uma pressão muito grande, porque quanto mais demora para sair o crédito pior fica, porque os insumos na sua maioria são importados e isso pode encarecer ainda mais os custos de produção", explica o presidente.
Habitualmente, os produtores adquirem seus insumos no período onde a safra é escoada, para que seja aproveitado o mesmo frete para levar a produção e em seguida retornar com os insumos.
Segundo Chavaglia, a um mês atrás a relação de troca era favorável ao produtos, no entanto, desde o recuo do dólar na nas últimas semanas, essa relação não está no mesmo nível. No caso da soja, os custos de produção tiveram um acréscimo de 25% se comparado a 2014, e esse demora na liberação do crédito pode potencializar o aumento deste percentual.
Além disso, o preço da saca de soja também teve um forte recuo em Goiás. Atualmente as vendas acontecem em torno dos R$ 55,00/saca e menos de 15% da produção da safra 2015/16 foi comercializada, afirma Antônio. Já para a safra 2014/15 cerca de 70% já foram comercializadas.
Diante desse cenário, Chavaglia avalia que na próxima safra poderá haver redução de tecnologia - principalmente no adubo - e redução de área na soja.
Milho Safrinha
A boa perspectiva de produção, aliado aos estoques elevados, tem colaborado para a pressão no preço do milho. Com isso, poucas comercializações acontecem, e em Goiás menos de 30% está fixado.
Na região os preços tiveram queda de R$ 5,00 na saca, sendo cotado a R$ 17,00/sc. Além disso, Antônio alerta que boa parte da produção de milho precisará ser exportada para recompor os estoques, mas esses níveis de preço não favorecem as comercializações.
Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas