Correção de 4,5% no preço mínimo do trigo está muito abaixo da demanda dos produtores que reivindicavam elevação de 19%

Publicado em 27/04/2015 17:05 e atualizado em 27/04/2015 17:38
Correção de 4,5% no preço mínimo do trigo está muito abaixo da demanda dos produtores que reivindicavam elevação de 19% para cobrir custos totais da lavoura
A ministra da agricultura, Kátia Abreu, divulgou nesta segunda-feira (27) uma correção de 4,5% no preço mínimo do trigo. Esse aumento representa uma mudança de R$ 33,45 para 34,95, a saca. Os triticultores, porém, esperavam um aumento maior, com base no custo operacional de produção, segundo explicou o gerente técnico da OCEPAR, Flávio Turra.
 
 “Basicamente esse preço mínimo vai ser suficiente para cobrir os custos variáveis de produção e desembolso dos produtores de trigo, porém, vamos precisar contar com um mercado favorável para ter um resultado satisfatório na próxima safra de trigo”, explica. 
 
Paralelamente, os agricultores propuseram um aumento próximo à inflação, em torno de 8% a 8,5%. “O reajuste ideal seria de 19% para cobrir o custo operacional total do produtor”. 
 
No estado do Paraná, a área estimada para a cultivo do trigo deverá ficar próximo da área da safra anterior, “porém, se agente pensar no âmbito nacional, devemos ter uma redução em torno de 12% a 13% na área plantada do trigo no país”, esclarece Turra.
 
E mesmo com esse desestímulo do produtor por conta do atual cenário, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e na região Sul do Paraná, não existem alternativas de escalas econômicas para substituir o trigo na safra de inverno. Para o gerente técnico, “o produtor está plantando e vai plantar ainda trigo em quantidade menor que na última safra, mas esperando que o mercado remunere melhor do que o preço mínimo”. 
 
Apesar do cenário do reajuste, o setor ainda espera a oficialização da publicação da ministra e, com isso, os produtores seguem sem detalhamento para todas as classes do trigo e seus substitutivos. “O governo precisa, a partir da oficialização do preço mínimo, garantir ao produtor, que caso haja falta de liquidez, haja preço abaixo do preço mínimo, ele entre imediatamente trazendo apoio através dos leilões de Pepro, eventualmente até, resgatando o próprio Pep, e em ultima instancia através do AGF”, destaca Turra.
 
Diante desse cenário, outra preocupação dos agricultores é o comportamento dos preços na época da colheita e as estimativas para a safra de trigo, estão ao redor dos 6,600 milhões de toneladas. Para Turra, “o ideal seria que o governo tivesse um recurso reservado para apoiar a comercialização, pelo menos em torno de 35% a 40% da estimativa do plantio de trigo no Brasil”.
 
Enquanto isso no estado no Paraná o trigo está custando de R$ 700,00 a R$ 730,00 a tonelada. “O preço está bom, o produtor está recebendo acima do valor mínimo e a tendência é que se mantenha por conta da escassez do produto no mercado brasileiro”. Já foram comercializados 90% da safra de 2014, restando cerca de 380 mil toneladas, “volume relativamente pequeno. O produtor pode vender essa parte aos poucos e buscar os picos de preços para uma melhor remuneração”, afirma Turra.


 

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Por: Aleksander Horta//Nandra Bites

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