Desafios na suinocultura brasileira devem persistir, pelo menos, no 1º semestre de 2022, diz especialista
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Entrevista com Iuri Pinheiro Machado - Consutor de Mercado da ABCS sobre o Mercado de Suínos
O aumento na produção de carne suína nos anos anteriores, somado à alta dos custos de produção vista em 2021 formaram um dos grandes desafios enfrentados pela suinocultura brasileira, segundo o consultor de mercado da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Iuri Pinheiro Machado.
Ele explica que em 2020, no comparativo com 2019, o aumento na produção foi de 8,5%, e que em 2021 em relação a 2020, a alta foi de cerca de 8%. "Se a gente voltar um pouco mais no tempo, uns quatro ou cinco anos, vemos que o acumulado no incremento da produção de carne suína no brasil subiu 40%", disse.
Este excedente que ficou em solo brasileiro, uma vez que as exportações seguiram em ritmo normal, e combinados com uma demanda mais enfraquecida pela descapitalização da população, não foi possível repassar os custos de produção até a ponta final, o que deixou o suinocultor no prejuízo.
"Acredito que o primeiro semestre ainda seve seguir desafiador, com a expectativa de que os custos de produção baixem de forma mais consistente na metade do ano, com a entrada da safrinha", afirmou.
Quando se trata do mercado externo, nos acompanhamentos feitos pela equipe do Notícias Agrícolas das exportações, nota-se uma redução nos valores pagos por tonelada da proteína suína nos últimos meses do ano, com analistas atribuindo este fato à renegociações de contratos por parte da China.
"Isso deve continuar no primeiro trimestre, mas lá na virada de março para abril acredito que a China deva retomar as compras com mais apetite", pontuou.