"Não temos mais como aguentar", diz presidente da ABPA sobre custos de produção

Publicado em 20/05/2021 15:09 e atualizado em 20/05/2021 15:51
Associação solicitou reunião com o presidente Jair Bolsonaro para solicitar medidas de apoio ao setor de proteína animal para compra de milho e farelo de soja
Ricardo Santin - Presidente da ABPA

Podcast

Entrevista com Ricardo Santin - Presidente da ABPA sobre o TEC do Mercosul

 

Download

Após um mês da nova rodada de isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação de milho e produtos do complexo soja de fora do Mercosul, o setor de proteína animal segue com pedidos junto ao Governo Federal para outras medidas de amparo. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, "não temos mais como aguentar" segurar os altos custos de produção.

+ Isenção da TEC para importação de insumos de fora do Mercosul pode ser mais atrativa para o milho no momento, diz especialista

Ele explica que desde o dia 19 de abril, quando a nova rodada de isenção passou a valer, ainda não houve importação destes insumos de fora do Mercosul, e ressalta que a medida, ainda que não torne a importação imediatamente viável, traz uma alternativa ao setor de proteínas animais. 

"Enquanto isso, algumas regiões já importam da Argentina e do Paraguai, e não só milho e soja, mas também o trigo, que entra como alternativa na composição da ração dos animais", disse.

Com os preços dos insumos em alta e das proteínas em queda, Santin afirma que não há mais como produtores e agroindústrias absorverem ainda mais o impacto, e que se algo não for feito para "regular este movimento especulativo dos grãos", inevitavelmente isso vai impactar a mesa do brasileiro.

"Já tem frigoríficos demitindo gente, dando férias coletivas, granjas de aves diminuindo os alojamentos ou memso fechando as portas e vendendo os animais", apontou. 

A ABPA solicitou, por meio de ofício enviado no início deste mês, uma reunião com a ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o presidente Jair Bolsonaro para reforçar o pedido de outras medidas de apoio, como a isenção temporária de PIS/Cofins para importação de insumos por empresas que estão fora do sistema drawback e para transações de grãos interestaduais, aprovação de importação de milho geneticamente modificado dos Estados Unidos para fabricação de rações, aumento na capacidade de armazenamento e de área de plantio de grãos, entre outras.

"Essas medidas precisam ser apreciadas com urgência, porque a situação logo poderá impactar a comida na mesa do brasileiro".

Leia Mais:

+ Avicultura/SC: Custo de produção está pesando mais que demanda retraída, diz liderança

+ Suinocultura: Custos de produção preocupam a ACCS

+ Custo de produção de suínos passa dos R$ 7 por quilo vivo

+ Suínos: custos de produção voltam a aumentar em abril, puxado pelo preço do milho a mais de R$ 100/sc

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de SC emite Nota Técnica com recomendações para reforçar medidas de biosseguridade em granjas avícolas
Mapa descarta casos suspeitos de doença de Newcastle na zona de proteção estabelecida no RS
Ovos/Cepea: Cotações são as menores desde janeiro deste ano
Marfrig diz que uma de suas subsidiárias no RS "pode ter sido afetada" por possível foco de Newcastle
Frango: ABPA e ASGAV afirmam que impacto da Newcastle deve ser limitado e aguardam rápida retomada do comércio
Foco da Newcastle no RS não impacta na segurança do consumo de carne de frango e ovos