Preço dos ovos cai mesmo com produção ajustada no período da Quaresma

Publicado em 29/03/2021 15:01
Reajuste de valores ocorrido em fevereiro não foi bem recebido pelo consumidor, diz analista
Felipe Fabbri - Analista de Mercado da Scot Consultoria

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Entrevista com Felipe Fabbri - Analista de Mercado da Scot Consultoria sobre o Mercado dos Ovos

 

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O mês de março foi de frustração no mercado de ovos. Mesmo com a produção ajustada desde fevereiro e com a expectativa de demanda aquecida devido ao período da Quaresma, os preços caíram em março, de acordo com o zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri. 

Segundo o especialista, o ano começou com o preço dos ovos em queda, registrando uma média de R$ 70,00/caixa com 30 dúzias em janeiro, e após redução na produção, o valor chegou a R$ 120,00/caixa com 30 dúzias em fevereiro. Até o momento, neste mês de março o preço médio da caixa contendo 30 dúzias é de R$ 106,50 (referência São Paulo)

"Os fatores que contribuíram para o recuo em março foram o reajuste intenso em fevereiro, a ausência do Auxílio Emergencial e o recrudescimento das medidas de restrição causadas pela pandemia da Covid-19", apontou Fabbri.

Os preços pagos pelos ovos vão na contramão dos custos de produção, principalmente no que concerne a alimentação das aves. O analista explica que em janeiro, o preço médio de uma saca de 60 quilos de milho custava em torno de R$ 87,00, subindo ligeiramente para R$ 87,50, R$ 88,00 em fevereiro, e saltando para R$ 97,00 em março (referência Campinas-SP).

"A tendência para abril é que haja mais redução na produção, em uma tentativa dos avicultores de mitigar a pressão pelos custos com a nutrição das aves e melhora nos preços dos ovos. Entretanto, o tiro pode sair pela culatra, já que o consumidor não aceitou muito bem o reajuste ocorrido em fevereiro", disse.

A primeira quinzena de abril deve ser de cenário baixista para os ovos, com a entrada da massa salarial e a preferência do consumidor em adquidir outras proteínas, como a carne de frango e a suína (esta última com preços em queda), mas pode haver ligeira melhora na demanda na segunda quinzena do mês.

 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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